Polícia

Operação Zero Ponto mira quadrilha que realizava transferências de multas e veículos no Rio

A Polícia Civil, por meio da Delegacia do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro (DAIRJ), coordenada pelo Delegado Titular Adriano França, com apoio da Corregedoria do Departamento de Trânsito do Estado do Rio de Janeiro (Detran-RJ), prendeu, na segunda-feira (1º), seis pessoas suspeitas de integrarem uma das maiores organizações criminosas do país, que realizavam transferências irregulares de multas e veículos.

Batizada de “Operação Zero Ponto”, a ação cumpriu quinze mandados judiciais em residências e órgãos de trânsito para desarticular integrantes da organização. Somente a investigada Camila Batista, através dos sócios da empresa CT Multas, transferiu quase 3000 multas para seu nome, totalizando mais de 15.000 pontos de infrações diversas para seu nome como real infratora e, em seguida ela pedia defesa prévia junto aos órgãos que deferiram os recursos. No entanto, segundo a Polícia Civil, Camila não possui CNH em seu nome, não podendo ser a real infratora em multas aplicadas quase que diárias e em horários diversos.

Desse modo, os reais infratores, que buscavam os serviços da empresa, tinham seus pontos zerados acreditando, em algumas oportunidades, que o recurso demandado pela empresa havia sido julgado com êxito, quando, na verdade, eram retirados através de fraude, pois ao transferir a multa para terceiros como real infrator “laranja” e/ou terceiros, a empresa CT Multas recebia pelos serviços prestados e ganhava credibilidade, conseguindo novos clientes nas redes sociais, principalmente motoristas de aplicativos.

A investigação teve início em julho de 2020 quando uma empresa de locação de veículos sediada no Aeroporto Internacional Tom Jobim – Galeão, na Ilha do Governador, comunicou a não devolução de um veículo. A empresa então percebeu que havia sido feita a transferência fraudulenta sem autorização.

De acordo com informação da Civil, ao ser intimado para depor, o “proprietário” do veículo alegou desconhecer a transferência do automóvel para seu nome. Ele também afirmou que várias infrações de trânsito haviam, também, sido anotadas em seu prontuário, alegando que após sofrer um acidente de trânsito teve seus documentos divulgados nas redes sociais e daí várias fraudes foram perpetradas em seu nome nos órgãos de trânsito.

A empresa CT Multas também está sendo investigada por retirar dos prontuários as multas aplicadas por agentes de trânsito no Galeão, havendo, inclusive, publicações específicas em suas redes sociais para que os autuados procurassem a empresa para o recurso destas multas aplicadas no sítio aeroportuário do Aeroporto Internacional Tom Jobim – Galeão.

“A DAIRJ pede para que pessoas prejudicadas com estas transferências de pontos e de veículos de locadoras para seus nomes, realizadas de forma fraudulenta, procurem a delegacia e façam o registro”, informou a delegacia, em nota.

A Corregedoria do Detran e policiais civis da DAIRJ também inspecionaram órgãos de trânsito da Prefeitura do Rio e de São Gonçalo, além do próprio Detran-Sede, para arrecadar processos administrativos referentes às fraudes e identificar possíveis funcionários terceirizados responsáveis.

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