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PMs são presos por oferecerem suspeito a traficantes rivais em troca de propina

Cinco policiais militares lotados no batalhão de Macaé, no Norte Fluminense, foram presos por suspeita do crime de extorsão mediante sequestro em Rio das Ostras. Um dos militares foi preso na segunda-feira (31) e os outros quatro foram presos na tarde de quinta-feira (2). O crime aconteceu em novembro de 2019.

Na época, os policiais teriam prendido, em Rio das Ostras, um homem apontado como integrante do tráfico de uma comunidade de Macaé e, em vez de levá-lo para a delegacia, teriam oferecido o homem para integrantes de uma facção rival por R$ 20 mil, de acordo com a denúncia enviada pelo MPRJ e aceita pela Justiça.

Os traficantes teriam recusado pagar o valor e o homem sequestrado foi solto. A vítima denunciou os policiais. O homem já tinha sido condenado em 2018 pelo crime de tráfico de drogas. Atualmente ele está preso porque foi encontrado com cocaína.

Em agosto deste ano, a juíza responsável pelo caso entendeu que os militares apresentavam riscos para as investigações e expediu mandados de prisão preventiva. Há suspeita de que eles poderiam obstruir provas e interferir diretamente na investigação do caso.

“Há indícios latentes da periculosidade dos policiais militares ora denunciados, notadamente pela postura adotada ao alegarem que levariam a vítima para a delegacia policial, quando supostamente a sequestraram, indo para local ermo, e lá, com o emprego de arma de fogo, a ameaçaram e praticaram diversos atos de violência física, além de negociarem a vida da mesma com traficantes de drogas”, diz um trecho do documento da Justiça que pede a prisão preventiva dos policiais.

O processo diz, ainda, que “há evidente risco a ordem pública, especialmente em razão da natureza e do modus operandi dos fatos narrados na denúncia, que utilizam a função pública e o poder inerente a ela para obterem vantagens indevidas, apresentando comportamento destoante do esperado de agentes estatais”.

O crime ainda está em investigação e segue sob segredo de Justiça. No dia 13 de outubro, novas testemunhas serão ouvidas.

Os policiais presos também são suspeitos de cometerem outros crimes como agressão a suspeitos detidos.

A assessoria de comunicação da Polícia Militar esclareceu que “não divulga detalhes de procedimentos apuratórios internos, tendo em vista sua tramitação nos conselhos que irão decidir pela permanência ou não dos policiais militares da Corporação, além do sigilo previsto nos Código de Processo Penal e Código de Processo Penal Militar”.

A Polícia Militar informou que os policiais presos foram encaminhados para a Unidade Prisional da PMERJ.

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