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Polícia do Rio investiga denúncia de compra de vacinas e coação de profissionais de Saúde

A Polícia Civil do Rio de Janeiro informou na sexta-feira (22) que a Delegacia de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro instaurou um inquérito para apurar denúncias de tentativa de compra de vacinas contra a Covid-19 e de coação contra profissionais que atuam na vacinação. As denúncias foram feitas pela presidência do Conselho Regional de Enfermagem (Coren-RJ) na quinta-feira (21).

A polícia informou que um ofício foi encaminhado ao Conselho Regional de Enfermagem (Coren-RJ) para solicitar mais informações sobre denúncia feita pela presidência do Coren, na quinta-feira, em veículos de imprensa.

Segundo o Coren-RJ, enfermeiros, técnicos de enfermagem e auxiliares estão sendo coagidos a aplicar a dose da vacina Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan, em pessoas que não fazem parte do grupo prioritário contra a Covid-19. As denúncias foram feitas ao Conselho Regional de Enfermagem do Estado do Rio, nas últimas 24 horas após o início da vacinação no estado.

Os relatos foram realizados por representantes do conselho em 46 dos 92 municípios fluminenses, incluindo a capital. Na sexta-feira (22), a presidente do Coren, Lilian Behring, se reuniu com o secretário estadual de saúde, Carlos Alberto Chaves, para apresentar formalmente as denúncias.

Secretário promete investigar

O presidente do Coren se reuniu com o secretário municipal de saúde, Daniel Soranz para pedir que sejam tomadas providências. De acordo com Lilian Behring, o secretário garantiu que vai apurar todas as denúncias e punir quem praticou desvio de conduta. Se ficar constatado que o profissional ou autoridade pública furou a fila, ele não receberá a segunda dose do imunizante. O que poderia comprometer a eficácia da vacina.

O conselho também orienta os profissionais de enfermagem a acionar a força policial caso seja necessário. A presidente do Coren ressalta que há como identificar aqueles que tomaram a vacina sem autorização, através das listagens dos grupos prioritários de cada unidade de saúde.

“Vale frisar que a enfermagem compõe 63,8% dos trabalhadores do setor saúde, maioria de profissionais da área, com cerca de 263.000 trabalhadores no Estado do Rio de Janeiro”, disse Lilian Behring, presidente do Coren-RJ.

Nesta primeira fase da imunização, o Estado do Rio de Janeiro tem previsão de receber 487.520 doses da vacina.

Apenas parte deste total chegou aos 92 municípios do estado. Segundo o plano nacional de imunização, elaborado pelo Ministério da Saúde, os grupos prioritários que deverão ser vacinados é formado por idosos abrigados em instituições de longa permanência, indígenas aldeados, pessoas com deficiência (a partir de 18 anos) moradores de instituições de longa permanência, e profissionais de saúde que atuam na linha de frente de combate ao coronavírus.

MPRJ vai fiscalizar vacinação prioritária

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), instaurou, na quinta, dois procedimentos para fiscalizar a execução do cronograma e do plano de vacinação contra Covid-19 em dois grupos considerados prioritários, com atendimento preferencial logo na primeira etapa da campanha, iniciada esta semana.

Por meio da Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Proteção ao Idoso da Capital, foi instaurado o procedimento para acompanhar a vacinação de idosos em abrigos, enquanto que, por meio da Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva da Pessoa com Deficiência da Capital, foi instaurado outro procedimento, este com o objetivo de monitorar o cumprimento da vacinação prioritária de deficientes.

As secretarias municipal e estadual de Saúde do Rio terão que fornecer informações, como o cronograma da vacinação e a lista de quem foi contemplado. Esses dados serão comparados aos fornecidos pelas instituições.

O MPRJ ressalta que, até o momento, não existe ampla disponibilidade da vacina no mercado mundial e que o Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19 reconhece que a aplicação deve ser focada na redução da morbidade e mortalidade pela doença, existindo a necessidade de se estabelecer grupos prioritários de vacinação.

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