RIO DAS FLORES
O charme das fazendas históricas e centenárias de Rio das flores completam o seu destino de viagem
Rio das Flores é uma pequena cidade que está na região fluminense serrana com maior número de fazendas históricas. Com construções históricas, Rio das Flores tem muitas cachoeiras, mirantes e trilhas. Tem a igreja Matriz de Santa Tereza D Ávila, nesta igreja Santos Dumont e sua irmã Sofia foram batizados. As antigas fazendas de café, preservadas que viraram pousadas. A fazenda União, do ano de 1836 com 900 metros quadrados, pertenciam ao Visconde de Rio Preto apresenta coleções de arte sacra e peças do século XIX que pertencia à Imperatriz Leopoldina ou à Dom João IV, os quartos decorados e equipados dentro da casa-museu para receber os turistas. Oferecem também quartos no casarão com mobiliário de época, tem quartos decorados no espaço que antigamente era uma senzala. A visitação deve ser agendada com antecedência. O mirante da Boa Vista é um dos mais visitados por conta da vista panorâmica e pelo pôr do sol. No passeio deve incluir uma visita à vila de São José das Três Ilhas, a 35 quilômetros nesta mesma região. O arquitetônico e belo conjunto formado pela igreja de pedra e dezenas de casarões do século XIX já vale a viagem pela linda estrada de terra. Em Julho, o povoado se movimenta com a festa do padroeiro e com quermesses, as barraquinhas, apresentações de bandas e corais da região.
Centro Histórico
As ruas do diminuto centro guardam belas construções do que remontam a riqueza conseguida com o café no século XIX, como os prédios da prefeitura, do fórum e a antiga Estação de Rio das Flores, que atualmente funciona como uma igreja.
A outra igreja, a Matriz Santa Tereza D’ávilla, com arquitetura em estilo neogótico, fica numa pequena pracinha e o conjunto é puro charme. Ela é conhecida por ser a igreja onde foi batizado Santos Dumont, o pai da aviação.
Cachaçaria Werneck
Para conhecer a produção de uma cachaça artesanal premiada internacionalmente inclua no seu roteiro uma visita a Cachaçaria Werneck. Lá você será recepcionado pelo simpático Sr. Eli, que conta com muito amor, enquanto mostra os espaços, sobre a produção das cachaças destiladas ali.
Apreciador e colecionador da bebida, estudou bastante antes de começar a produzir a cachaça junto com sua esposa Cilene e desde 2008 dividem a vida entre a destilaria em Rio das Flores e os familiares no Rio de Janeiro. Ele mesmo foi responsável pelo projeto e construção da destilaria e, desde o início, é responsável pela preparação dos lotes e pelo engarrafamento.
Além de visitar os espaços ainda é possível degustar e comprar os 5 tipos de cachaças produzidas ali, desde a cachaça tradicional que é descansada em reservatórios de aço inoxidável até a cachaça ouro envelhecida em barris de carvalho francês. Todas elas possuem a Certificação INMETRO de Qualidade e Sustentabilidade e já são exportadas para países como Estados Unidos, Honduras, entre outros países.
Cachoeira do Amor
Para aqueles que, como eu, adoram interagir com a natureza saibam que em Rio das Flores também tem uma bela cachoeira. A Cachoeira do Amor fica a aproximadamente 20 quilômetros do centro de Rio das Flores e hoje é uma propriedade privada administrada pelo cativante casal Sr. Afonso e Dª Dora.
O local possui uma boa infraestrutura de lazer e além de poder tomar banho na cachoeira de 25 metros de altura é possível fazer uso de uma ducha com água natural, que segundo a Dª Dora, chama-se “cura porre”,
Para chegar, a partir do centro de Rio das Flores, siga na estrada sentido Juiz de Fora por aproximadamente 19 quilômetros. Após a Fazenda Independência é só virar na primeira rua à direita e são mais 3 quilômetros numa estrada de chão até a entrada da propriedade. Há placas sinalizando o caminho.
Hotel Fazenda União
A histórica museu-hotel-fazenda faz parte do preservado conjunto de casarões do Brasil Império. Ela já passou na mão de muitos donos como do Capitão Bernardo Vieira, do Barão do Rio Preto e de seu herdeiro Domingos Custódio Guimarães, do médico Camilo Bernardino Fraga e sua esposa Luiza Vieira da Cunha e Fraga, entre outros. A fazenda data do século 19, e sua casa sede, hoje restaurada, além de impecável, guarda muitas memórias do ciclo do café, remontando a nobreza da aristocracia brasileira.
Quem faz a visita guiada tem uma verdadeira aula de história, ministrada pelo professor e historiador Adriano Novaes, que conduz o passeio vestido a caráter passando pelos cômodos da casa e contando a história através de inúmeros objetos curiosos além de mostrar a belíssima coleção de pratos da realeza destinados a presentear ilustres personalidades da época, que são coleção do atual proprietário.
A visita que dura cerca de 1h30 finaliza na senzala, onde, além de alguns itens expostos como um cinto de castidade e objetos de tortura, há também algumas estátuas de negros escravizados realistas e impactantes esculpidas por Jerônimo Magalhães, um artista local que nunca estudou belas artes e é autodidata. O mesmo artista também pintou a tela que fica na sala do piano na casa sede chamada de “janela aberta para a corte” e as paredes no museu de arte sacra que também fica na fazenda.
Conforme dito, a fazenda também funciona como um hotel e tem 24 luxuosos quartos de hóspedes, além de opções de lazer como arvorismo com tirolesa, bar na piscina, restaurante, brinquedoteca, academia, mini golf, pedalinho, pesca ecológica, piscina (aquecida e com hidro), quadra de tênis, spa, entre outros atrativos.
Fazenda do Paraízo
Quem passa na frente da Fazenda do Paraízo (na época a grafia era com Z), já sente o impacto causado pela sua área externa. É clichê, mas é necessário dizer que a alameda de 400 metros de palmeiras imperiais a frente do palacete em estilo colonial, faz qualquer um se sentir numa novela de época.
A sensação é ainda aumentada ao começar a visita conduzida pela simpática Samantha de Souza, a guia de turismo que, na ocasião, estava devidamente trajada como a Maria das Dores de Carvalho, esposa do Visconde do Rio Prero, que conta através dos cômodos, quadros e móveis histórias e curiosidades do que aconteceu no casarão na época em que o café era o famoso “ouro verde”.
O casarão foi construído entre em 1845 e 1853 por Domingos Custódio Guimarães, intitulado Barão de Rio Preto em 1854 e Visconde em 1867. O incrivelmente preservado e autêntico palacete conta a história através dos seus 2200 m² divididos em 2 andares, 58 cômodos, 99 janelas. Eles estão divididos em quatro alas, comercial, social, íntima e de serviço. A visita não passa pela ala íntima, visto que no casarão residem seus atuais donos, o Sr. Paulo da Silva e sua esposa Simone. E foi o bisavô de Paulo que adquiriu a fazenda em 1912, diretamente dos descendentes de Domingos custodio Guimarães, ao contrário de tantas propriedades cafeeiras da região que, na maioria das vezes, tiveram muitos proprietários. Além do mobiliário original, também impressionam a pintura original, os papéis de parede e a capela que toma boa parte da construção.
A visita termina no engenho, onde se encontra o maquinário de beneficiamento do café que foi importado dos estados unidos em 1866 e está praticamente intacto. Além disso os participantes são agraciados com um lanche feito pelas mãos da própria Simone no centenário fogão a lenha que os visitantes tem a oportunidade de conhecer durante a visita.
Passeio alternativo
em São José das Três Ilhas
A 27 quilômetros de Rio das Flores está São José das Três Ilhas. Na divisa entre o Rio e Minas fica o pequenino vilarejo que é distrito de Belmiro Braga e tem apenas 250 habitantes.
O acesso é feito por uma estrada de chão e ao alcançar o calçamento de paralelepípedo logo vem a surpresa: o casario colonial da rua principal parece que parou no tempo e está, sem nenhum exagero, intacto.
O destaque principal fica para a Igreja de pedra, Matriz de São José em estilo Neorromântico que teve sua construção iniciada 10 anos antes da abolição da escravatura no Brasil. A Matriz foi pensada e idealizada por três barões do século 19, sendo o principal deles Antônio Bernardino de Barros, o Barão das Três Ilhas.
Para visitar a igreja por dentro, caso a mesma esteja fechada, procure pelo Adilson, que é o guardião de uma das chaves ou pergunte a qualquer morador local com fazer.
Outros pontos de interesse:
A cidade de Rio das Flores tem a oferecer, mas além desses pontos turísticos já citados, outros pontos que podem chamar a atenção são:
– Casa da Cultura, que tem um espaço para contar um pouco da passagem de Santos Dumond por Rio das Flores.
– Espaço Florart, que é um local para compra de artesanato da localidade. Trata-se uma antiga estação de trem, atualmente desativada, que hoje serve de ponto de venda para o trabalho dos artesãos locais.
– Alambique Vieira e Castro
– Museu de História Regional
– Mirante Boa Vista
Destino certo
Se você busca uma viagem de pura calmaria e de cenários que parecem ter saído de uma novela de época, Rio das Flores é o seu próximo destino.
A cidade que fica a aproximadamente 195 quilômetros do Rio de Janeiro e tem cerca de 10 mil habitantes, segundo dados do IBGE, guarda fazendas que são jóias preservadas do ciclo do café e o principal programa de quem visita a cidade, entretanto a cidade tem muitos outros atrativos.