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Oswaldo Loureiro, grande nome do cinema, teatro e TV brasileira

Oswaldo Loureiro Filho nasceu no Rio de Janeiro, em 23 de julho de 1932. Vindo de uma família de artistas, era filho de uma cantora lírica e seu pai, Oswaldo Loureiro (1898-1971), foi um importante jornalista, publicitário e ator muito atuante na década de 1940. Loureiro Filho tem na bagagem mais de 140 peças, entre papéis cômicos e dramáticos, atuando também no cinema e na TV.

Seu pai participou de filmes como ‘É Proibido Sonhar’ (1944), ‘Romance Proibido’ (1944), ‘Asas do Brasil’ (1947) e ‘Inconfidência Mineira’ (1948). Muitas vezes estes filmes são confundidos incluídos, erroneamente, na filmografia de seu filho.

Oswaldo Loureiro Filho começou a atuar ainda criança, e aos 10 anos de idade estreou no cinema em ‘O Brasileiro João de Souza’ (1944), onde interpretou o personagem título quando criança. Para não ser confundido com o pai, foi creditado apenas como Oswaldinho na obra. O Brasileiro João de Souza foi o primeiro filme brasileiro anti-nazista. Dirigido por Bob Chust, o filme (que tinha cenas com submarinos e torpedos, emprestados pela Marinha Brasileira) teve problemas de produção, e só foi lançado dois anos depois das filmagens iniciadas.

Depois disto, ele só retomaria a carreira de ator em 1955, quando ingressou na Companhia Teatral de Henriette Morineau. Estreando na peça Véu de Noiva, de Nelson Rodrigues.

Em 1958, recebeu o prêmio da Associação Brasileira de Críticos Teatrais (ABCT) de ator revelação por A Fábula do Brooklin, de Irwin Shaw. Em 1959 foi eleito o Melhor Ator Revelação do Teatro Brasileiro, nesta época ele fazia parte do elenco da Companhia Tonia Celi Autran.

Em 1961, Oswaldo e todo o elenco da Companhia Teatro dos Sete fizeram uma montagem histórica e revolucionária, encenando O Beijo No Asfalto, de Nelson Rodrigues, nas ruas do Rio de Janeiro. A trupe teatral chamou a atenção dos pedestres reproduzindo as cenas nos locais onde se passa a trama da obra. O fatídico “beijo no asfalto” entre Loureiro e Renato Consorte, nas ruas carioca, causou um verdadeiro escândalo na época.

Durante nove anos, foi dirigente sindical, chegando à presidência do Sindicato dos Artistas depois de lutar pelo reconhecimento da profissão de ator e pela subvenção do Estado ao teatro, sem o que, para ele, o teatro estaria condenado a comédias comerciais.

Na televisão, seu primeiro trabalho foi na novela ‘O Direto de Nascer’ (1964), com Nathalia Timberg e Isaura Bruno. O ator faria inúmeras novelas, entre elas ‘Sangue e Areia’ (1968), ‘Véu de Noiva’ (1969), ‘A Volta de Beto Rockfeller’ (1973), ‘O Casarão’ (1976), ‘Roque Santeiro’ (1985), ‘Cambalacho’ (1986), ‘Mandala’ (1987), ‘Que Rei sou Eu?’ (1989), ‘Quatro por Quatro’ (1994), ‘Mandacaru’ (1997), ‘Kubanacan’ (2003) e ‘Celebridade’ (2004).

Também foi diretor do seriado ‘O Bem Amado’ (1980-1985) e dos programas ‘Os Trapalhões’ (1982-1988) e ‘Batalha dos Astros’ (1983), todos na Rede Globo. Sua última novela foi ‘A Lua Me Disse’, em 2005.

No cinema atuou em mais de 30 filmes. Sua estreia foi em ‘Um Caso de Polícia’ (1959), de Carla Civelli. Mas seu primeiro grande papel foi na comédia ‘Sonhando com Milhões’ (1963), ao lado de Dercy Gonçalves e Odete Lara.

Ainda apareceu em outros filmes importantes como ‘Mineirinho Vivo ou Morto’(1967), ‘O Homem Nu’ (1968), ‘Engraçadinha Depois dos 30’ (1969), ‘Os Herdeiros’ (1970), ‘As Confissões de Frei Abóbora’ (1971), ‘O Beijo no Asfalto’ (1981), ‘Bonitinha, Mas Ordinária’ (1981), ‘Bar Esperança’ (1983), ‘Parahyba Mulher Macho’(1983), ‘Atrapalhando a Suate’ (1983) e ‘Leila Diniz’ (1987).

Em 1967 atuou ao lado de Claudia Cardinale em Uma Rosa Para Todos (Una Rosa Per Tutti, 1967), uma produção italiana filmada no Rio de Janeiro. Também atuou em Manaus, Glória de Uma Época (Und der Amazonas Schweigt, 1963), uma produção alemã rodada no Brasil.

Seu último trabalho no cinema foi em Simão, o ‘Fantasma Trapalhão’ (1998), estrelado por Renato Aragão.

Oswaldo Loureiro estava afastado da vida artística desde 2011, devido a problemas de saúde relacionados ao Alzheimer.  Ele faleceu em 03 de fevereiro de 2018, aos 85 anos de idade. Ele estava internado no hospital São Luiz, em São Paulo e teve uma parada cardíaca.

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