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Lúcio Alves, “o Cantor das Multidinhas”

O cantor, compositor e instrumentista Lúcio Ciribelli Alves, ou apenas Lúcio Alves, nasceu em 28 de janeiro de 1927, na cidade de Cataguases, em Minas Gerais. Quando tinha sete anos de idade, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro. Um ano antes da mudança, estimulado pelo pai, começou a aprender a tocar violão, estimulado pelo pai, que era maestro da Banda de Cataguases. Ganha o apelido de “O Cantor das Multidinhas”, em comparação com seu ídolo Orlando Silva, “O Cantor das Multidões”.

Atraído pelo repertório de Orlando Silva, o menino Lúcio interpretou, aos nove anos, a música “Juramento Falso”, de Pedro Caetano, no programa de rádio de Barbosa Júnior. Logo depois, foi convidado a ser protagonista da radionovela “Aladim e a Lâmpada Maravilhosa”, na Rádio Nacional.

Faz sua estreia em 1936, no programa Picolino, de Barbosa Junior, na Rádio Mayrink Veiga. Com apenas 14 anos, ele criou o grupo vocal e instrumental Os Namorados da Lua, em 1961. O grupo fez sucesso e passou a se apresentar na rádio Tupi. Ele logo se tornou uma espécie de cantor cult. Em 1948, aos 21 anos, Lúcio Alves desfez o grupo e começou carreira solo. Nessa época, foi convocado pelo grupo Anjos do Inferno para uma temporada nos Estados Unidos. Em Nova York, tornou-se amigo de Dick Farney, que o apresentou a nomes como Stean Kenton e Nat King Cole.

Na volta ao Brasil, ganhou um fã-clube em meados de 1949, o Dick Haymes-Lúcio Alves Fan Club, no Flamengo, que rivalizava com o Sinatra-Farney Fan Club, da Tijuca. Lúcio Alves costumava substituir João Gilberto quando este faltava às apresentações do grupo Garotos da Lua na rádio Tupi. Gravou com sucesso a canção “Sábado em Copacabana”, de Dorival Caymmi e Carlos Guinle.

Em 1954, aproveitando a polêmica da rivalidade entre os cantores, a gravadora Continental, da qual ambos eram contratados, gravou um disco com Lúcio Alves e Dick Farney cantando juntos. A música “Tereza da Praia”, composta por Tom Jobim e Billy Blanco foi um grande sucesso.

A partir de 1958, com o surgimento da bossa nova, participou de shows e programas de TV. Em 1959, lançou o disco “Lúcio Alves, Sua Voz Íntima, Sua Bossa Nova, Interpretando Sambas em 3-D”. Em 1960, lançou o disco “Lúcio Alves Interpreta Dolores Duran”, em homenagem à artista morta no ano anterior, com apenas 29 anos.

Alves grava mais de 30 discos em 78 rpm, alcançando sucesso com temas como Sábado em Copacabana (Dorival Caymmi e Carlos Guinle), em 1951, e Teresa da Praia (Tom Jobim e Billy Blanco), em 1954, ao lado de Dick Farney. Em 1957, lança o LP Serestas, sem grande repercussão.

Com o advento da bossa nova, grava em duo com Sylvia Telles Eu Não Existo sem Você (1958), de Tom Jobim e Vinicius de Moraes; Estrada do Sol (1959), de Tom Jobim e Dolores Duran; e Dindi (1960), de Tom Jobim e Newton Mendonça.

Com o sucesso do gênero, lança LPs como Lucio Alves, Sua Voz Íntima, Sua Bossa Nova, Interpretando Sambas em 3-D (1959); A Noite do Meu Bem (1960), com composições de Dolores Duran; A Bossa É Nossa e Cantando depois do Sol (1961); Tio Samba – Música Americana em Bossa Nova (1962); Balançamba (1963), com temas de Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli; e Bossa Session (1964), ao lado de Sylvia Telles. A partir da segunda metade dos anos 1960, com o surgimento da jovem guarda, de músicas menos sofisticadas e de mais apelo comercial, Alves perde espaço em gravadoras e casas de shows, ficando 11 anos sem gravar. Volta a lançar um LP, Lucio Alves e as Mulheres, em 1975.

Até o fim de sua carreira, lança dois álbuns ao vivo: Dóris Monteiro e Lucio Alves no Projeto Pixinguinha (1978) e Romântico (1986). Com dificuldades financeiras e problemas circulatórios, morre no dia 3 de agosto de 1993, num apartamento alugado, no Leblon.

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