Esportes

CBF lança Escola de Futebol Feminino

A Confederação Brasileira de Futebol, através de seu projeto CBF Academy, anunciou o lançamento da ‘Escola de Futebol Feminino’, projeto desenvolvido pela entidade com intuito de fortalecer a modalidade em solo nacional.

A iniciativa foi bastante celebrada por entusiastas e profissionais da categoria, e não poderia ser diferente. Tentando ‘correr atrás do prejuízo’ somado pelas décadas de descaso e raríssimo apoio ao futebol feminino, a entidade acerta ao idealizar um espaço de debate, estudo e troca de ideias para o crescimento do esporte. É claro que a modalidade precisa de investimento financeiro e em infra-estrutura, mas o incentivo ‘intelectual’ também é imprescindível para seu desenvolvimento.

Para marcar a novidade a entidade irá promover o curso Características do Treinamento no Futebol Feminino do Brasil. Com aulas de forma online, a atividade teve 130 inscritos em sua primeira turma e, entre os alunos, nomes como Tamires e Érika, atletas do Corinthians, e Daniela Alves, ex-jogadora da Seleção Brasileira e atual técnica do Corinthians Sub-17. O diretor da CBF Academy, Marco Dalpozzo, comentou em entrevista ao blog Dona do Campinho que esse novo movimento tem como objetivo deixar o processo mais acessível e também abrir o leque do feminino também para quem esteja cursando as licenças. Ele ressalta que o futebol é um só, mas é importante que ele seja paritário a partir de agora e inclua a todos e que esse novo produto ajude a desenvolver o esporte também em relação às mulheres.

“Sim, mas as licenças serão de licenças de treinador em futebol e continuará dessa forma. E dentro do programa das próprias licenças, nós colocaremos um foco no futebol feminino. Essa é a ideia da escola do futebol feminino. Além de programas específicos para a preparação física das atletas do feminino, nós teremos uma presença maior em todas as atividades da CBF Academy voltada ao futebol feminino. Então, um treinador de licença C ou B terá o número de hora de conteúdos ligado ao específico do futebol feminino maior do que ele tem agora. Para ser um treinador de licença C, você será um treinador seja para o futebol masculino ou para o futebol feminino. O foco no futebol feminino será maior. Nós queremos que futebol seja futebol e que futebol seja para todos inclusive para as mulheres. Precisa fazer mais formação sobre como funciona, o sistema e a forma de jogar. Esta é uma atividade que até pouco tempo atrás era muito mais masculina do que feminina. O que nós queremos daqui para frente que seja paritário”, afirmou o diretor da CBF Academy, Marco Dalpozzo.

A introdução ao universo da gestão e também do treinamento estão entre os objetivos da Escola de Futebol Feminino, e a CBF entende que o local servirá ainda como caminho para executar projetos para a modalidade dentro da CBF Academy, com cursos, debates, workshops e centros de estudo exclusivos. A entidade quer também o desenvolvimento de profissionais que buscam ingressar no futebol feminino e com isso, segundo a Confederação, promover uma mudança de realidade. O novo processo é mais acessível para quem, como algumas atletas, não tem valores suficientes para o começo no novo caminho. O curso de lançamento tem o valor de R$ 430,00. Para se ter uma ideia, as licenças têm valores mais elevados: Licença A R$ 8.840, Licença B R$ 6.170, Licença C 4.480 e Licença PRO 19.130.

“A carreira de um jogador termina. Tendo a possibilidade de continuar no local pelo qual você tem paixão é uma oportunidade dos dois lados. Oportunidade para o atleta fazer sua transição e ter alguém que fornece a oportunidade de se formar ou na área técnica ou na de gestão criando uma carreira de mais longo prazo que não seja só a carreira de jogador todo mundo ganha com isso. Sentar na cadeira é parte fundamental de ser um bom formador, treinador. Então, uma ex-jogadora que depois de ser jogadora está disposta e interessada para se formar, estudar, aí você tem o melhor dos mundos. A experiência prática e a formação conceitual e teórica. Inclusive a gente facilita a vida dela para vir para os cursos”, frisou.

Entre os professores desse primeiro curso, estão a técnica da seleção brasileira, Pia Sundhage, as auxiliares Lillie Person e Bia Vaz, Katherine Ferro, fisioterapeuta do Chanchung Dazhong (China) e Tathiana Parmigiano, Ginecologista do Time Brasil e das Seleções Femininas de Futebol. Dalpozzo ressalta a importância que a treinadora sueca dá ao novo processo instituído pela CBF Academy.

“A Pia acredita profundamente nessa profissionalização e com isso qualidade em campo. Ela se dedica muito e é nossa grande parceira. Ela e as outras auxiliares que trabalham conosco são extremamente motivadas e nos dão conteúdo para desenvolver as aulas e toda parte pedagógica. Temos os melhores professores e especialistas voltados para a área do feminino. Temos o privilégio de colocar junto a nata disponível para construirmos nossos programas”.

O dirigente ainda não projeta um número de crescimento de profissionais envolvidos com o futebol feminino, mas vê a nova atividade como um passo a mais para o Brasil ser o melhor do mundo tanto no masculino quanto no feminino. E, para ele, isso significa profissionalizar quem trabalha com o esporte.

“Por enquanto, estamos fazendo a primeira etapa. Abrimos o primeiro programa específico de treinamento técnico, físico específico para mulheres. E tivemos a grata experiência de ter mais pessoas se inscrevendo do que o previsto. Nós vimos que tem uma vontade, um mercado querendo isso e absolutamente alinhado com a nossa vontade de desenvolver o futebol feminino e sermos os melhores do mundo seja no futebol masculino quanto no feminino. O Brasil, no futebol, tem que ser o melhor do mundo. E isso significa profissionalizar quem trabalha com futebol”.

 

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