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Ademar Furtacor, lenda do Axe Music

O cantor, produtor musical e tecladista Ademar Andrade, conhecido como Ademar Furtacor, morreu na segunda-feira (11) aos 62 anos. Ele faleceu em casa em decorrência de um câncer.

A notícia foi dada pelo músico e amigo pessoal, Alexandre Leão, nas redes sociais. “Depois de muita, muita luta, muita vontade de viver, nosso querido Ademar Furtacor, descansou. Foi um ídolo e uma referência para minha geração. Vá em paz, meu amigo”, escreveu.

Ademar lutava contra um câncer há 10 anos e havia começado um novo tipo de tratamento em março do ano passado. Ele foi destaque no Axé Music na década de 80 como integrante da banda Furta Cor e lançou sucessos como “Frenesi”, “Negra Dourada” e “Eu Amo Amar Você”.

A Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA) emitiu nota lamentando o falecimento do cantor. Segundo a secretaria, Ademar atuou como curador artístico e contribuiu com sua vasta experiência integrando a comissão de análise de mérito para seleção de artistas do Carnaval do Pelô, projeto da SecultBA. “A SecultBA manifesta a sua solidariedade aos amigos e familiares de Ademar Furtacor. Sua contribuição para a música e arte permanece no legado que deixa para a Bahia”, diz trecho da nota.

O cantor descobriu um câncer no ânus em 2010 e chegou a usar uma bolsa de colostomia. Em 2012, o caso se agravou quando ele sofreu um infarto e perdeu parte da função cardíaca. Em 2015, o artista apresentou metástase no fígado.

Em agosto de 2018, o cantor chegou a fazer pedidos nas redes sociais, para que ajudassem ele a pagar os exames que faziam parte do tratamento. Em novembro de 2020, ele lembrou nas redes sociais que a primeira cirurgia dele, contra o câncer, completou 10 anos.

Trajetória e carreira

Ademar José Sacerdote Andrade, ou Ademar FurtaCor, nasceu em Nazaré das Farinhas no dia 8 de junho de 1958. Filho do Sr. Bernardo e Dona Odília, em uma família de 7 irmãos. Aos 6 anos já mostrava seu interesse pela música ao frequentar a sede da Escola de Samba Filhos da Liberdade, ele se apresentava como cantor no programa de calouros na quadra da Escola, sendo vencedor em todas as suas participações.

A sua vocação para a música foi ficando mais latente quando começou seus estudos na Escola Parque do Pero Vaz, onde cursou o primário e o ginasial na Escola Parque da Caixa D’água. O primeiro contato de Ademar com a música foi tocando saxofone e a honra de ter sido aluno do maestro Vivaldo Conceição.

Ademar aos 10 anos, tocando Sax, foi solista da peça “Noturno” de Chopin, em apresentação no Teatro Castro Alves, com a Orquestra da Juventude e regência do maestro Vivaldo Conceição. Com a vocação definida, Ademar Andrade começou a carreira tocando teclado no conjunto de baile “Os Venenos” do bairro da Lapinha.

O grande momento de sua carreira surgiu quando foi convidado para participar da banda Made in Bahia onde permaneceu por 5 anos. Oriunda da cidade de Candeias, região metropolitana de Salvador, a banda baile conquistou os foliões com um jeito novo de fazer carnaval. O sucesso foi tanto que Ademar Andrade, durante o ano de 1983, iniciou o projeto de montar um grupo para tocar na festa do ano seguinte. Nascia aí, a banda Furta Cor.

Formada por Ademar Andrade (voz, teclados e direção musical), Waldyr Sassaru (bateria), Toinho (guitarra), Robinho (guitarra baiana), Vaquinha (baixo), Joãozinho, Zé Honório e Lennah (vocais), a Furta Cor já inovava com três cantores fixos, além de Ademar que também cantava algumas músicas. Foi a partir desse Carnaval que a música baiana começou a se modificar. Ademar Andrade, por ser um exímio músico, deu destaque ao teclado nos arranjos e nos solos das canções.

Depois do grande sucesso da música “Frenesi”, no Carnaval de 1987, a banda ‘Furta Cor’ entrou em estúdio para gravar o que viria a ser o disco de maior sucesso do grupo, “Amor e Laser”. Reformulada, a banda passaria a contar também com o vocal feminino da cantora Tânia Luz, que dividiu os vocais com Ademar na música “Amor e Laser”, que permaneceu por oito meses nas paradas de sucessos das rádios de Salvador. O disco, que vendeu 120 mil cópias, continha ainda outro grande sucesso do grupo, “Negra Dourada”.

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