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Operação contra esquema de corrupção na Prefeitura do Rio mira Crivella

A Polícia Civil e o Ministério Público estadual (MPRJ) fizeram, na quinta-feira (10), uma operação contra irregularidades em contratos firmados com a Prefeitura do Rio. A Polícia Civil apreendeu um dos celulares do Prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), além de um pendrive que estava no gabinete do Palácio da Cidade, em Botafogo. Na casa de um empresário do ramo de planos de saúde e um dos alvos da operação foram apreendidos R$ 25 mil em espécie. A operação apura um suposto esquema de corrupção na Prefeitura.

Foram 22 mandados de busca e apreensão, cumpridos em endereços ligados ao prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), servidores, empresários e à administração municipal.

Os mandados para a ação foram autorizados pelo 1º Grupo de Câmaras Criminais do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ). Dentre os endereços alvos, estavam a residência de Crivella, na Península, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, o Palácio da Cidade, residencial oficial da prefeitura, em Botafogo, na Zona Sul, e o Centro Administrativo São Sebastião, sede do Executivo Municipal, na Cidade Nova.

Os agentes também foram a endereços residenciais e funcionais de agentes públicos municipais e empresários em Jacarepaguá, Flamengo, Tijuca, Itaipava, na Região Serrana, e em Nilópolis, na Baixada Fluminense.

Dentre os alvos dos mandados estão:

. Marcelo Crivella: prefeito

. Eduardo Lopes: secretário estadual de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento no governo Witzel; ex-ministro da Pesca na gestão de Dilma Roussef; e suplente de Crivella no Senado

. Mauro Macedo: ex-tesoureiro de antigas campanhas de Crivella para o Senado (2004) e para a prefeitura (2014)

. Rafael Alves: empresário, irmão do ex-presidente da Riotur Marcelo Alves

Apesar de ser alvo da operação, Crivella cumpriu normalmente sua agenda. Logo cedo, ele participou de uma formatura no Centro de Instrução Almirante Alexandrino (CIAA) da Marinha, na Penha, na Zona Norte, com a presença do presidente Jair Bolsonaro e do governador em exercício, Cláudio Castro (PSC).

Durante o cumprimento dos mandados, Crivella postou a seguinte mensagem em seu perfil no Facebook: “Bom dia! Uma ótima quinta-feira a todos”. Ele ainda não se manifestou sobre a operação.

Operação Hades

A ação é um desdobramento da Operação Hades, deflagrada no dia 10 de março deste ano, que investiga a existência de uma possível organização criminosa e esquema de corrupção na prefeitura. Na ocasião, foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão na sede da Riotur, na Cidade da Música, na Barra; Jacarepaguá; Copacabana; e em Angra dos Reis, na Região da Costa Verde.

Dentre outros locais, os agentes estiveram em endereços ligados ao então presidente da Riotur, Marcelo Alves, na Barra, e Rafael Alves. Marcelo foi exonerado do cargo logo depois da ação.

A investigação teve como ponto de partida a delação premiada do doleiro Sérgio Mizrahy, preso na Operação Câmbio Desligo, um dos desdobramentos da Lava Jato fluminense, realizada em maio de 2018. Veio dele a expressão QG da Propina para se referir ao esquema, que teria como operador Rafael Alves, homem forte da prefeitura apesar de não ter cargo oficial.

O suposto QG funcionaria assim, de acordo com o delator: empresas interessadas em trabalhar para o Executivo carioca entregavam cheques a Rafael, que faria a ponte com a prefeitura para encaminhar os contratos. O esquema também funcionaria no caso de empresas com as quais o município tinha dívidas – aqui, o operador mediaria o pagamento.

A ação ocorreu pelo Subprocuradoria-Geral de Assuntos Criminais (Subcriminal) e do Grupo de Atribuição Originária Criminal da Procuradoria-Geral de Justiça (Gaocrim) do Ministério Público e da Coordenadoria de Investigações de Agentes com Foro da Polícia Civil.

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