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O Adeus a Klinger Araújo, ícone do boi-bumbá

Popularmente conhecido como “Furacão do Boi”, o cantor e levantador de toadas Klinger Araújo, 51, vai deixar um grande legado para a cultura. O artista faleceu na terça-feira (29), após complicações causadas pela covid-19.

Klinger de Oliveira Araújo era natural de Parintins, mas vivia há muitos anos em Manaus, onde realizava diversos trabalhos como levantador de toadas do boi-bumbá Caprichoso. Ele é lembrado como um dos maiores ícones do boi-bumbá no estado.

Artista nato, Klinger sempre gostou da cultura do boi-bumbá. Quando criança, ele mesmo organizava festivais mirins e brincava de boi com seus amigos na rua onde morava em Parintins. Há 27 anos, o artista trocou sua cidade natal por Manaus, onde realiza diversos trabalhos como levantador de toadas do boi-bumbá Caprichoso e em eventos locais e estaduais, sempre se apresentando com sua banda e dançarinos.

A última apresentação de Klinger Araújo, em Parintins, pelo boi Caprichoso, foi durante o Carnaboi 2020, onde comandou a Nação Azul e Branca e ainda foi homenageado no Carnailha pelo bloco Fax Clube. Klínger, que era casado com a também cantora Vanessa Alfaia, deixa quatro filhos e dois netos.

Carreira

Sua trajetória artística começou em 1986, quando ele atuava como radialista na Rádio Alvorada, em Parintins. Alguns anos depois, foi DJ e locutor dos noticiários da emissora local. Já na capital manauara, Klinger teve passagens pelas rádios Tropical (Rádio Cidade), Amazonas FM, Ajuricaba, Difusora do Amazonas, FM do Povo e Novidade FM. Klinger também trabalhou em rádios locais do Pará e do Ceará.

A ascensão do cantor como levantador de toadas aconteceu em 1990, quando ele se apresentou pela primeira vez com o Boi-Bumbá Garantido. Anos depois, Klinger foi convidado para cantar no Boi-Bumbá Caprichoso, onde se firmou nas raízes folclóricas do “boi azulado”.

Seu sucesso foi tão grande que em 1996 o artista foi convidado por um grupo de empresários para divulgar a cultura do boi-bumbá pelo Brasil. As cidades de São Paulo e Rio de Janeiro foram seu destino, onde participou de vários programas como Planeta Xuxa, Ana Maria Braga, Faustão, Ratinho, entre outros. Seu trabalho também atravessou as fronteiras do país, com turnê internacional em Las Vegas, Dallas, New Orleans, New York, entre outros países.

Autoridades lamentam perda

Autoridades políticas lamentaram a morte do cantor amazonense.  O ex-governador do Amazonas Amazonino Mendes se referiu ao artista como ‘Furacão do Boi’, como era conhecido, e classificou a morte como uma grande perda para o mundo da arte.

“O mundo da arte e do encantamento da música dos bumbás de Parintins perdeu um ser humano especial e um artista importante que entra para a história do nosso Estado. Lamento e me entristeço com sua morte, e me solidarizo com seus familiares, amigos e milhares de fãs. O Amazonas inteiro reconhece a imensa contribuição de Klinger Araújo, o nosso ‘Furacão do Boi’, para a nossa cultura e a alegria de nosso povo”, disse.

Para o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, o estado perdeu um ícone do folclore amazônico. “Aos 51 anos, Klinger ou o ‘Furacão do Boi’, como era conhecido, deixa a cidade de Manaus e todo o Amazonas de luto e com o coração entristecido. É mais uma vítima dessa doença nefasta e sai de cena, prematuramente, deixando o sentimento de que ele ainda tinha muito a contribuir com nossas manifestações culturais”, disse o prefeito.

 

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