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Ray Charles — Os 93 anos do pai do soul

Ray Charles (1930-2004) foi um pianista, cantor e compositor norte-americano, uma das personalidades mais relevantes do soul, blues e jazz no século XX. Ele completaria 93 anos, na sexta-feira (23).

Ray Charles Robinson nasceu em Albany, uma pequena cidade do estado da Geórgia, nos Estados Unidos, no dia 23 de setembro de 1930. Filho de um mecânico e de uma trabalhadora rural, ainda pequeno mudou-se com a família para Greennville, na Flórida.

Ray Charles ficou cego com sete anos de idade, sem descobrir a causa do problema e sem submeter a nenhum tratamento.

Estudou no St. Augustine College, na Flórida, uma escola especializada para cegos e surdos. Aprendeu a ler, escrever e compor pelo sistema Braille.

Carreira musical

Ray Charles aprendeu a tocar vários instrumentos musicais, especialmente o piano. Desde criança já participava de diversos eventos de música.

Na adolescência ficou órfão de pai e de mãe. Nesta época, tocava piano e cantava em um grupo gospel.

Em 1948, influenciado por seu ídolo Nat Kin Cole, fundou o grupo “McSon Trio”, também conhecido por “Maxim Trio”.

Em 1950 se associou ao Lowll Fulson, cantor e guitarrista de blues e com ele iniciou uma série de turnês pelo país. Ray participou também das bandas de Blues T-Bone Walker e Joe Torner, que estavam entre os maiores representantes de blues.

Em 1953 foi contratado pela gravadora Atlantic Records e a partir de então, passou a ser conhecido como um destacado cantor de Rhythm & Blues. Ray Charles morou em New Orleans e no Texas.

Depois de unir-se à cantora Ruth Broown, formou uma banda em que se juntaram David Newman, no saxofone e Joe Bridgewater no trompete. Com o passar dos anos, Ray Charles passou a reunir os elementos do blues com o gospel e o rock & roll.

Em 1954, sua música “I Got Woman” alcançou grande sucesso e posteriormente foi gravada por Elvis Presley. Em seguida vieram outros sucessos como: The Little Girl of Maine (1957) e Talkin’ Bout You (1958).

Com projeção internacional, participou de projetos de músicos de jazz como Milt Jackson, com quem gravou “Soul Brothers” (1958).

Em 1961 gravou o sucesso ”Hallelujah, I Love Her So”, quando introduziu o piano elétrico e as bandas de R&B, que se assemelhavam a grandes orquestras, também formadas de coros femininos.

Ainda na década de 60, Ray Charles gravou diversos sucessos, entre eles: Georgia On My Minde (1960), You Don’t Know Me (1962), Unchain My Heart (1964) e Crying Time (1966).

Nas décadas de 80 e 90 gravou sucessos históricos, são dessa fase: Sweet Memories (1998), Georgia On My Mind (1998) e I Cant Stop Loving You (1999).

Ray Charles era dono de uma voz singular e se apresentava sempre em frente a um teclado ou um piano.

Em seu repertório encontra-se desde o jazz, as baladas românticas e o soul, gerando um estilo inconfundível, transformando-o em um dos ícones mais destacados da música americana.

Última gravação

Sua última gravação foi o álbum “Genius Loves Company”, que foi lançado postumamente, dois meses após sua morte, em que participaram nomes como Norah Jones, Van Morrison, James Taylor, Natalie Cole, Elton John, Johnny Mathis, entre outros.

O álbum foi um sucesso de vendas, recebendo oito Prêmios Grammy, incluindo “Melhor Álbum Pop”, “Álbum do Ano”, “Gravação do Ano” e “Melhor Colaboração de Pop com Vocais”.

Vida pessoal

Em 1951 Ray Charles casou-se com Eileen Williams, porém, no ano seguinte já estava divorciado. Dessa relação nasceu um filho.

Em 1955 casou-se com Della Beatrice Howard. O casal teve três filhos. Em 1977 divorciaram-se.

Ray Charles foi pai de outros oito filhos com diferentes mulheres. Em 2004, antes de falecer, Ray Charles deu a cada um de seus filhos 1 milhão de dólares.

Ray Charles faleceu em Los Angeles, Califórnia, Estados Unidos, no dia 10 de junho de 2004.

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