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GRANDE OTELO: Considerado um dos maiores atores do século XX

Grande Otelo (1915-1993) foi um dos mais destacados atores brasileiros do século XX. Fez comédia, drama e crítica social em peças e filmes. Em parceria com Oscarito estrelou em grandes sucessos do cinema.

Grande Otelo, pseudônimo de Sebastião Bernardes de Souza Prata, nasceu em Uberlândia, Minas Gerais, no dia 18 de outubro de 1915. Desde pequeno tinha atração pelas festas populares. Aos sete anos de idade teve sua primeira experiência como ator ao participar da apresentação de um circo que passou em sua cidade. Vestido de mulher, interpretando a esposa do palhaço arrancou risos da plateia.

Depis que perdeu o pai e vivia com a mãe alcoólatra, foi levado para São Paulo pela Companhia de Teatro Mambembe dirigida por Abigail Parecis. Estudou no Liceu Coração de Jesus até a 3ª série do ensino médio. Foi adotado pela família Gonçalves e ganhou o apelido de “Otelo”. O apelido surgiu na Companhia Lírica Nacional, onde o jovem tomava aulas de canto lírico. O maestro julgava que quando ele crescesse poderia cantar a ópera Otelo, de Verdi. Por sua pequena estatura recebeu o apelido de Pequeno Otelo, mas depois, a crítica o apelidou de “Grande Otelo”.

Em 1926, com apenas 11 anos, ingressou na “Companhia Negra de Revista”, composta exclusivamente por artistas negros, entre eles, Pixinguinha, que era o maestro, o músico Donga e a atriz e cantora Rosa Negra. Em 1932 entrou para a “Companhia Jardel Jércolis”, um dos pioneiros do teatro de revista. Com esta companhia chegou ao Rio de Janeiro, realizando seu sonho de infância. Era um assíduo frequentador das noites cariocas, estava sempre na famosa gafieira Elite, no bar Vermelho ou nos bares da Lapa.

Entre 1938 e 1946, fazia trabalhos na Rádio Nacional, na Rádio Tupi, entre outras. Atuou no Cassino da Urca em diversos espetáculos. Em 1939, contracenou com a atriz e dançarina norte-americana Josephine Baker, que considerou uma das mais importantes apresentações de sua carreira. Negro, com apenas 1,50 metros de altura viveu numa época em que os negros não podiam entrar pela porta da frente do Cassino, fato que mudou depois da contratação do artista. Nessa época, compôs junto com Herivelto Martins o famoso samba “Praça Onze”, que fez grande sucesso no carnaval de 1942.

No cinema, Grande Otelo foi um dos grandes destaques da “Atlântida”, quando protagonizou o filme “Moleque Tião” (1943), de José Carlos Burle, o primeiro sucesso da produtora. Foi na “Atlântida” que Grande Otelo fez uma grande parceria com “Oscarito”, que se tornou a dupla mais famosa e bem sucedida do cinema brasileiro, estrelando grandes sucessos como, “Noites Cariocas” (1935), “Este Mundo é um Pandeiro” (1946), “Três Vagabundos” (1952), “A Dupla do Barulho” (1953) e “Matar ou Correr” (1954), “Assalto ao Trem Pagador” (1962), “O Dono da Bola” (1961), “Quilombo” (1984).

No teatro, atuou em inúmeras apresentações, com diversos diretores, entre eles, Walter Pinto, Carlos Machado e Chico Anysio. Entre sua peças destacam-se: “Um Milhão de Mulheres” (1947), “Muié Macho”, Sim Sinhô” (1950), “Banzo Aiê” (1956) e “O Homem de La Mancha” (1973).

década de 50, Grande Otelo atuou na Televisão Tupi do Rio de Janeiro e na TV Rio. A partir de 1960 começou a realizar diversos trabalhos na TV Globo. Participou da novela “Sinhá Moça” (1986), do humorístico “Escolinha do Professor Raimundo” (1990/1993) e a novela “Renascer” (1993). Grande Otelo foi casado com a atriz e dançarina Maria Helena Soares (Joséphine Hélene), e com Olga Prata, com quem teve quatro filhos, entre eles o ator José Prata. Em 1993 viajou para a França para receber uma homenagem no Festival dos Três Continentes realizado na cidade de Nantes.

Morte

Grande Otelo faleceu em Paris, França, no dia 26 de novembro de 1993.

 

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