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Geórgia Gomide: uma das atrizes pioneiras da televisão brasileira

Geórgia Gomide foi uma das atrizes pioneiras da televisão brasileira, trabalhando nas emissoras Tupi, Excelsior, Record, Globo, Manchete e SBT, entre outras. Participou de várias novelas importantes, como Redenção, As Pupilas do Senhor Reitor, Éramos Seis e O Direito de Nascer. Na TV Globo, seus maiores sucessos foram a dona de cantina italiana Bina, na novela Vereda Tropical, de Carlos Lombardi, e a maquiavélica Donana, na novela Hipertensão, de Ivani Ribeiro. Geórgia Gomide também participou das minisséries Anos Rebeldes e O Quinto dos Infernos. Curiosamente, Georgia estreou na TV Tupi, segundo seu próprio depoimento ao museu da tv, em 29 de janeiro de 1962, mesma data de seu falecimento 49 anos depois.

Em Calúnia (teleteatro de 1963 na TV Tupi) protagonizou, com Vida Alves, o primeiro beijo entre pessoas do mesmo sexo da história da televisão brasileira, escandalizando a sociedade ao representar uma professora lésbica.

Morreu em 29 de janeiro de 2011, aos 73 anos, de infecção generalizada. Havia dois anos que ela sofria de Alzheimer e estava afastada dos palcos desde 2009, quando encenou a peça Perto do Fogo, de Nicolau Ayer.

 

BIOGRAFIA

Elfriede Helene Gomide Witecy nasceu nos Jardins, em São Paulo, em 17 de agosto de 1937. Na família havia artistas, entre os quais o pintor Gomide, de fama internacional. Seu avô, por parte de mãe, era Desembargador e Ministro de Estado, na Suíça. E por parte do pai a família era da Alemanha e Rússia. Eram também matemáticos, cultos. Elfriede, porém, não se interessava por nada disso.

O que queria, em pequena, era brincar, praticar esportes, nadar. Bastante jovem e já frequentava diariamente o importante Clube Pinheiros, de São Paulo, e ganhou o título de “A mais bela esportista”. Ganhou, como prêmio, um apartamento que, segundo ela, nunca lhe foi entregue. Por ser muito linda, chamou logo a atenção de Fernando Severino, Diretor Comercial da Televisão Tupi. E ela foi contratada como atriz.

A primeira peça que fez foi “Os filhos de Eduardo” no qual dizia apenas: “Bom dia, como vai?”. E foi aquele nervosismo. Mas aí começou a fazer um Grande Teatro atrás do outro. Era tudo ao vivo e tudo em preto e branco. Mas foi uma beleza, para a jovem esportista. Sua ascensão foi rápida. Logo outros teatros: “Gimba”, “Srta. Julia”, “Moral e Concordata”, “Calúnia”, onde fazia uma professora homosexual.

Eram tele-teatros grandes, importantes. Na verdade, porém, o que foi sua grande sorte foi a participação na novela “Tereza”, onde fazia uma figura tão má, que chegou a apanhar na rua. Daí para o sucesso foi um passo. E isso chegou quando fez o papel título em “Ana Terra”, novela adaptada do livro de Érico Veríssimo. Esse foi o ápice de sua carreira, onde esquecendo sua vaidade e elegância, fazia uma “bugra”, uma mulher que se vestia de farrapos, e tinha sempre um rifle às costas. Isso aconteceu na TV Excelsior. Na TV Record fez “As Pupilas do Senhor Reitor”. E, de volta à Tupi fez “Éramos Seis”. Já na Globo fez sucesso com a novela “Vereda Tropical”, onde fazia uma mulher extrovertida, alegre, bonita. Geórgia Gomide também fez muito teatro e muito cinema.

Em teatro fez: “O estranho casal”, “O vison voador”, “Sete mulheres em mim”, com o psicólogo e médium Gasparetto, e onde, de certa forma, vivenciava situações de sua própria vida. E fez outras peças. Aliás, na vida de Geórgia houve de tudo: esporte, arte, beleza, amor, fama. Só não houve casamento. Geórgia teve um filho, Daniel Witecy Goldfinger, mas não se casou.

Desde os 18 anos a atriz tinha apenas 5% da visão, em razão de uma doença congênita, o que não impediu seu sucesso na televisão.

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