Turismo

ARQUIPÉLAGO DE GUADALUPE

A ilha vulcânica sob as águas cristalinas do Caribe

Nomeada por Cristóvão Colombo e desde de 1635 sob domínio francês, o arquipélago de Guadalupe passa despercebido por quem vive do lado de cá, na América do Sul. Apesar de fazer parte da União Europeia, a ilha vulcânica paira sob as águas cristalinas do Caribe, a norte de Antigua e Barbuda e ao sul de Dominica, tendo ainda como principal característica a cultura Crioula, consolidada pela população africana.

Antes do domínio europeu, a região se chamava Karukera, que significa “ilha das lindas águas” na então língua nativa. Foi então rebatizada para prestar homenagem a Santa Maria de Guadalupe de Estremadura e assim permaneceu. Apesar do francês ser a língua oficial e o inglês ser ouvido facilmente nas áreas turísticas, é a língua crioula que é a mais usada no cotidiano.

A principal atração são os grandes tubarões brancos, que você verá em massa se mergulhar no início do outono.

Entre seus destaques estão a queda d’água de Carbet em Capesterre-Belle-Eau, as cascatas ao longo da Route de la Traversée, aLa Réserve Naturelle du Grande Cul-de-Sac Marin, o L’Habitation La Grivelière, plantação de café e cacau em Vieux-Habitants que remonta ao século 18 e o Le Parc Archéologique des Roches Gravées, o Parque Arqueológico de Trois-Rivières.

ATRATIVOS

A parte costeira forma praias de areias coloridas, em tons de ocre, preto, marrom e cor de rosa. Um dos destaques é o La Réserve Cousteau, parque submarino de renome internacional. Corais, tartarugas e até baleias Jubarte são avistadas na área de preservação marinha que engloba as praias de Malendure à Bouillante.

Na cidade, o Forte Delgrès, erguido no século 17, ganha os holofotes. A arquitetura colonial permeia boa parte da região urbana e rural, com casas que ganham variações vernaculares, como parte da cultura local. Os passeios se estendem ainda por capelas, igrejas e o tradicional mercado de rua.

Do outro lado da ilha está Grande-Terre, o destino certo para quem quer curtir praias imaculadas, lagoas de águas turquesas e paisagens rurais. As plantações de cana-de-açúcar dominam a parte Norte e a vida noturna é reconhecida por oferecer variedade, com ou sem ritmos caribenhos.

Explore a natureza nas regiões de La Pointe-des-Châteaux, rico em biodiversidade e tesouros arqueológicos; La Pointe de la Grande Vigie e La Porte d’Enfer, reduto de falésias monumentais com vistas inesquecíveis; e Le Gosier Islet, onde há trilhas submarinas para desbravar a vida marinha tropical.

Há muito a ver na maior cidade e centro comercial de Guadalupe, Pointe-à-Pitre, especialmente no que diz respeito à cultura e história, com lugares especialmente pensados em  –  talvez  - redimir a própria trajetória de seus povos. O museu Schoelcher presta homenagem ao escritor abolicionista francês, enquanto o Museu Memorial ACTe se coloca como um lugar de recordação, de compreensão e de reconciliação de milhões de vidas destruídas pelo tráfico de escravos massivo de outrora.

Fora as duas ilhas principais, existem ainda as “agregadas”, ilhotas nos arredores: La Désirade, agora considerada uma reserva natural nacional, que vem desde 1993 buscando desenvolvimento sustentável; a quase intocada Marie-Galante, com praias selvagens, distilarias de rum e o maior festival musical de toda a ilha, Terre de Blues Festival.

Vale destacar ainda Les Saintes, um arquipélago com vilas charmosas, um imponente forte napoleônico, lindas baías e muitas praias, incluindo a idílica Pain de Sucre, ou Pão de Açúcar, nomeada por influências do Rio de Janeiro devido a sua formação rochosa. Não vá embora antes de provar a famosa Tourment d’amour, tortinha com recheio de banana, coco ou goiaba.

MERGULHO COM TUBARÕES

Por suas águas claras e sua concentração de exemplares durante todo o ano, a mexicana Ilha Guadalupe se transformou em um local privilegiado para ver o tubarão-branco e conhecer mais sobre esta majestosa espécie, da qual há registro de 272 indivíduos.

Esta ilha de origem vulcânica, pertencente ao município de Ensenada, é o território mais ocidental do país latino-americano.

Considerado o maior peixe predador do mundo, mede normalmente de 4,5 a 6 metros, embora em Guadalupe foi documentada a fêmea Deep blue, de 6,5 metros, o maior exemplar já visto na história. A temporada de observação vai de julho a novembro, ambos meses incluídos, e durante esse período várias empresas oferecem tours para contemplar os animais, com a proteção de jaulas.

No entanto, de acordo com os pescadores da região e os processos de fotoidentificação, marcas acústicas e vídeos realizados pelos pesquisadores, descobriu-se que os tubarões, que têm preferência pelas águas temperadas, permanecem em Guadalupe durante todo ano.

Desde as águas da ilha é possível observar o comportamento destes animais, que atuam normalmente de forma independente e solitária, embora os pesquisadores estudem se estabelecem algum tipo de estratégia conjunta para atacar suas presas.

Como predador do topo, os tubarões-brancos ajudam a manter a saúde do ecossistema e a regular as populações de elefantes-marinhos, sua presa favorita, da qual a Ilha Guadalupe tem uma grande população.

Atualmente, o tubarão-branco é uma espécie vulnerável, de acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza, o que significa que há um alto risco que chegue a estar em perigo de extinção no estado livre. Um dos maiores riscos é a pesca ilegal ou a acidental, que ocorre quando caem em redes ou anzóis destinados a pescar outros animais.

Além de receber o tubarão e os elefantes-marinhos, a ilha dá refúgio a outras espécies como o lobo-marinho-de-Guadalupe – que durante o princípio do século XX ficou à beira da extinção – e a baleia-bicuda-de-cuvier, espécie que durante um tempo, antes de ser catalogada, foi associada a um monstro marinho. Em 2005, a ilha foi decretada Reserva da Biosfera, e atualmente está imersa na restauração de espécies frequentes de flora que foram prejudicadas quando os habitantes que chegaram ao local introduziram cabras, gatos e cultivos de aveia.

 COMO CHEGAR

Há voos diários com oito horas de duração a partir de Paris (e outras grandes cidades francesas) para o aeroporto de Pôle Caraïbes, próximo a Pointe- à-Pitre. Também existem rotas aéreas via Barbados e Antigua e Barbuda.

No Brasil, sem chance de voos diretos. O ideal é ir até Miami ou Orlando e de lá partir rumo a Guadalupe, numa viagem com aproximadamente duas horas de duração.

Outra opção é ir por mar com a ajuda de cruzeiros. Costa Cruises, Aida Cruises, Club Med, Holland America Lines, Tui Cruises, Thomson Cruises, Pullmantour, P & O Cruises, Royal Caribbean Cruise Lines e MSC Cruzeiros são algumas das operadoras.

QUANDO IR

O clima tropical casa muito bem com a rotina vibrante de Guadalupe. De dezembro a junho fica seco e quente, enquanto de julho a novembro fica quente e úmido. A média anual de temperatura é de 28 ºC.

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