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Anísio Silva, o rei dos boleros

Considerado o Rei  dos  Boleros, Anísio Silva foi um dos artistas de maior sucesso no Brasil por mais de 10 anos, quando desistiu da carreira para cuidar de seus negócios. Foi o primeiro cantor a vender dois milhões de exemplares no início da década de 1960 e o primeiro a ganhar o Disco de Ouro da indústria fonográfica brasileira. Foi o artista mais bem pago da Rádio Nacional e cantou na inauguração de Brasília a convite do próprio presidente, Juscelino Kubitschek.

Quando Silva surgiu, nos anos 50, era considerado um cantor romântico. Astro de voz pequena e anasalada, cool, sendo hoje considerado como uma espécie “João Gilberto da música brega”, se for possível esse tipo de comparação.

Anísio nasceu a 29 de julho de 1920 numa fazenda, hoje pertencente ao município baiano de Rio do Antônio, na época território da cidade de Caculé. Antes de iniciar carreira artística foi balconista de farmácia.

Anísio Silva iniciou sua carreira em 1952, no Rio de Janeiro, já no estilo romântico. Em 1957, assinou contrato com a gravadora Odeon, na qual viveria a melhor fase de sua carreira. Nesse ano seu primeiro grande sucesso “Sonhando Contigo”, título também de seu primeiro LP. O segundo, veio dois anos mais tarde intitulado “Anísio Silva Canta Para Você” da qual se destacou a guarânia “Quero beijar-te as mãos”, de Arsênio de Carvalho e Lourival Faissal.

Mas o grande estouro de sua carreira veio em 1960, com o lançamento do disco “Alguém Me Disse” quando vendeu mais de dois milhões de cópias deste disco, tornando-se o primeiro cantor do Brasil a ganhar o disco de ouro. A faixa-título, um bolero de Jair Amorim e Evaldo Gouveia, tornou-se o maior sucesso da carreira de Anísio. A música foi regravada pela cantora Gal Costa em 1988. Voltou a gravar ao longo de sua carreira inúmeras músicas da dupla Jair Amorim-Evaldo Gouveia.

Em 1962, gravou mais um disco “O Romântico” com mais êxitos como: “Abraça-me”, de Almeida Rego e Antônio Correia; “Ave-Maria dos namorados”, de Evaldo Gouveia e Jair Amorim.

Gravou seus dois LPs pela Odeon no ano seguinte: “Só Penso Em Ti” e “Canção do Amor Que Virá”. O último disco do período veio em 1964, intitulado “Estou Chorando Por Ti”. Ficou afastado da vida artística por um período de três anos.

“Retorno” (1967) e “Lembrança de Você” (1968) foram seus últimos trabalhos pela Odeon. Afastando-se novamente em 1968, para dirigir uma casa noturna de sua propriedade no Rio de Janeiro.

Voltou esporadicamente à carreira artística. Vendeu mais de dez milhões de discos. Morreu no Rio de Janeiro de infarto em seu apartamento no bairro do Flamengo, em 18 de fevereiro de 1989. Foi sepultado no Cemitério de São João Batista, em Botafogo.

Teve apenas dois filhos de seu único casamento sendo seu filho Vini Silva, produtor artístico e cultural, continuador de sua obra.

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