Policiais civis da 167ª Delegacia de Polícia de Paraty prenderam em flagrante um homem envolvido na morte do candidato a vereador Valmir Tenório (PT), mais conhecido como Valmir Filho do Bibi no município de Paraty, Região Costa Verde do Rio de Janeiro.
O acusado Adílio dos Santos, de 60 anos, foi localizado em uma praça, do bairro Ilha das Cobras, ainda na quarta-feira (4). Ele foi autuado por homicídio qualificado por motivo fútil.
Segundo a investigação, a vítima teria tido envolvimento amoroso com a ex-mulher de um gerente do tráfico de drogas da localidade da Ilha das Cobras, além de conhecer pessoas ligadas a uma facção rival a dos executores. Os agentes descartaram qualquer motivação política.
Após a captura, a 167ª DP solicitou a prisão preventiva de dois outros homens suspeitos de participação no crime, que estão sendo procurados.
Valmir “Filho do Bibi”, foi morto a tiros na tarde da última quarta-feira (04) no bairro Parque da Mangueira, onde ele morava com a família.
Segundo as primeiras informações da Polícia Civil, Valmir foi atingido na cabeça. Ele chegou a ser levado para o Hospital Municipal Hugo Miranda, mas não resistiu e morreu durante o atendimento. O corpo será levado para o Instituto Médico Legal de Angra dos Reis.
Uma equipe de perícia da Polícia Civil foi ao local para tentar levantar informações que possam ajudar nas investigações. Os policiais estão ouvindo depoimento de testemunhas e familiares. Também estão procurando possíveis imagens de câmeras de segurança.
Valmir tinha 50 anos e trabalhava como barman. Ele nasceu em Paraty e viveu desde sempre no bairro Parque da Mangueira. Era casado e pai de três filhos. Valmir tentava pela segunda vez se eleger vereador de Paraty — a outra foi nas eleições de 2004, sem sucesso.
Em nota, a coligação “Trabalhando o Futuro de Paraty” lamentou profundamente a morte do candidato e classificou o crime como “covarde”.
“A violência nas eleições municipais é um problema que ameaça a democracia em todo o país e agora atinge, mais uma vez, Paraty. A coligação cobrará da polícia uma apuração rigorosa dos fatos e um reforço no policiamento em Paraty até o dia 15 de novembro”, informou o comunicado.
O Núcleo Libertário PSOL Paraty também se solidarizou com a perda e prestou suas condolências. “Tendo em vista a morte a tiros do candidato a vereador Valmir Tenório (filho do Bibi) do Partido dos Trabalhadores (PT), o Núcleo Libertário PSOL Paraty manifesta suas mais sinceras condolências aos amigos e familiares, e solicita aos órgãos de segurança que investiguem o ocorrido de forma urgente e exemplar, para que os motivos e as circunstâncias deste crime bárbaro sejam devidamente esclarecidos, e os responsáveis identificados e punidos, com o máximo rigor da Lei”.
Traficantes podem estar envolvidos em ataque a Zico Bacana
Outro atentado a candidatos chocou moradores do Rio esta semana. A polícia investiga se traficantes atiraram no vereador Zico Bacana (Podemos) em ataque que aconteceu na segunda-feira, em um bar, em Anchieta, Zona Norte do Rio. Ele levou um tiro de raspão na cabeça.
Zico Bacana foi atingido e outros dois homens morreram na hora. Um deles seria Davison Ferreira da Silva, conhecido como “Da Roça”, traficante no Complexo do Chapadão, conjunto de favelas dominadas pelo Comando Vermelho. Ele é suspeito de participar da tentativa de homicídio.
A outra vítima era o cliente do bar, identificado como Valmir Sampaio Bandeira. Outros dois homens que acompanhavam o vereador ficaram feridos, mas sem gravidade.
A polícia investiga se foi uma tentativa de assalto, um acerto de contas, além de não descartar a possibilidade de crime político ou que o alvo fosse outra pessoa.
Zico Bacana não quis comentar em qual hipótese acredita, mas afirmou que era o alvo principal do ataque e negou que viesse sofrendo ameaças. “Estão tentando me parar, mas eu vou continuar lutando, firme e forte”.
O carro do vereador foi atingido por ao menos 15 tiros. No chão, os peritos encontraram cápsulas de fuzil.
Envolvimento com a milícia
Zico é presidente da Comissão de Defesa Civil da Câmara de Vereadores e integrante da Comissão Permanente de Segurança Pública da casa. Ele está em seu primeiro mandato.
Em 2008, o vereador foi citado no relatório da CPI das milícias da Alerj. Apontado como um dos chefes de um grupo de aproximadamente 50 integrantes, que dominavam as regiões de Anchieta, Ricardo de Albuquerque e Guadalupe, o candidato à reeleição não foi indiciado.