Esportes

Troféu Brasil terá limite de inscritos e veto a “nadador torcedor”

A única competição nacional prevista para a natação brasileira neste ano, o Troféu Brasil “extraordinário” que será realizado de 9 a 12 de dezembro no Vasco, no Rio, terá limite de 300 atletas inscritos – de início, a ideia dos organizadores era fazer um evento aberto. A decisão, tomada pela CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos), deu-se nos últimos dias por causa das incertezas em relação às médias de casos e mortes causados pelo novo coronavírus.

Segundo Eduardo Fischer, diretor de natação da entidade, a intenção é que a quantidade de pessoas envolvidas na competição não supere 400 – o torneio não dará vagas às Olimpíadas de Tóquio. O dirigente entende que, assim, haverá mais condições de minimizar riscos de contração da Covid-19.

“É um número [300] que dá para termos um certo controle no quesito aglomeração. Soltamos [em agosto] regras, índices e protocolo de segurança, mas ainda assim sentimos que poderíamos ter problema. Vai que chega a 400 inscritos, mais estafe, mais arbitragem, mais o pessoal da CBDA, mais imprensa, e daqui a pouco estaríamos com uma competição de 500 pessoas. Aí, foge do controle. Então limitamos em 300 atletas, e como achamos que os estafes serão reduzidos, até pela situação financeira dos clubes, não devemos ter mais do que 400 pessoas envolvidas”, disse o diretor.

Para realizar o evento no Rio, a CBDA definiu protocolos rígidos para os participantes: apenas nadadores que disputarem finais poderão comparecer à piscina à tarde (não será permitido que “nadadores torcedores” vejam as provas, o que é comum); serão banidos os bancos de controle, tradicionais salas nas quais os atletas eram reunidos e organizados antes das provas; exigência de apresentação de teste negativo RT-PCR (colhido nas mucosas do nariz e da garganta) três dias antes do início da competição; uso obrigatório de máscara entre todos, inclusive os atletas (que só terão autorização para tirá-la na hora da prova), e distribuição de álcool em gel; observância de práticas de isolamento e manutenção da rotina entre hotel e complexo aquático do Vasco, entre outros.

“Muitos clubes, atletas e técnicos pediram por uma competição. E a CBDA precisa selecionar atletas para um campeonato sul-americano no ano que vem. Mas a gente espera que cada nadador seja bastante consciente e respeite o isolamento, compita e volte para o hotel”, afirmou Fischer, que ressaltou que todas as delegações estão sendo orientadas a escolher hotéis em um raio de três quilômetros de São Januário.

Para tentar ajudar os participantes, a CBDA pretende firmar parceria com algum laboratório para realização de exames para detecção de Covid-19.

“Hoje vemos números hoje semelhantes aos do começo de maio. Isso nos dá uma segurança maior para realizar o campeonato nacional. Queremos que todos cheguem com um teste negativo. Que todos dentro estejam testados e negativados e sigam os protocolos, essa é nossa maior preocupação. Estamos em busca de parcerias. Vamos tentar preços especiais com alguns laboratórios, mas isso pode ser um pouco difícil, porque há atletas do interior de um estado pequeno que às vezes precisam viajar para fazer o teste”, comentou Rodrigo Brochetto, médico da confederação.

Apesar de todas as precauções, Fischer, ele próprio um ex-nadador que por anos defendeu a seleção brasileira, afirmou que a organização do campeonato pode ser revista – ou até mesmo adiada – de acordo com a curva da pandemia do novo coronavírus no país.

“Se o negócio piorar muito no mês que vem, rolar uma segunda onda ou os casos começarem a subir, existe sim possibilidade de a gente rever e fazer uma eventual mudança, adiamento, cancelamento. Mas, se ficar do jeito que está, com os óbitos e casos caindo ou se mantendo, vamos manter sim a competição”, concluiu.

 

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