Polícia

Lei Seca: número de motoristas embriagados dobra durante a pandemia no Rio

A operação Lei Seca contabilizou mais que o dobro de motoristas alcoolizados ao volante no RJ durante o período de pandemia da Covid-19. Desde a retomada das fiscalizações, interrompidas de março a outubro do ano passado em função do Coronavírus, o percentual de ocorrências diante do total de abordagens mais do que dobrou no estado, indo de 4,6% para 11,5%. Em média, um a cada nove condutores testados pelos agentes nos últimos três meses estava alcoolizado, antes, isso ocorria com um em cada 22 motoristas. A informação é do jornal Extra.

Os números forma impulsionados pelas festas de fim de ano. Somente no réveillon, mesmo sob chuva em grande parte do estado e com medidas de isolamento em vigor. As blitzes da Lei Seca no período identificaram presença de álcool em 13,8% dos condutores, contra menos da metade (6,7%) de 2019 para 2020.

De acordo com o tenente-coronel Marcelo Rocha, superintendente da Operação Lei Seca no estado desde julho de 2019, a crescente de flagrantes no trânsito foi detectada a partir de julho. O aumento trouxe à tona a necessidade de implantação de protocolos sanitários que permitissem o retorno das blitzes sem colocar agentes ou motoristas em risco de contaminação.

Com rígidas medidas de distanciamento sendo adotadas nas abordagens, o percentual de motoristas parados por operação caiu em 80%, mas a alta no número de flagrados pelo bafômetro segue alta.

“A soma do aumento no consumo de álcool com a saída das fiscalizações, não só da Lei Seca, levou a um quadro complicado. Infelizmente, além do trabalho de conscientização, que não parou, a parte de coerção também continua sendo necessária“, afirma Rocha.

O antídoto contra a mistura entre álcool e direção deve vir na forma de mais repressão. De acordo com Rocha, o estado e os responsáveis pela Lei Seca vêm debatendo um aumento de efetivo e de equipes para breve, de modo a escalonar o número de ações por todo o Rio. Além disso, está prevista uma reestruturação no modelo de trabalho dos agentes, expandindo uma experiência posta em prática antes da pandemia.

A Lei Seca Móvel, executada como laboratório entre 1º de fevereiro do ano passado e a pausa ocasionada pelo coronavírus, em 19 de março, é uma das apostas para conter a embriaguez ao volante. A estrutura mais enxuta permite que a blitz seja montada em vias estreitas e que os agentes se desloquem rapidamente por pontos próximos, para surpreender fujões. Durante os testes, conta Rocha, o índice de motoristas flagrados sob efeito de bebida alcoólica chegou a atingir 25%, cinco vezes maior do que a média aproximada da época.

O retorno da Lei Seca Móvel representa ainda uma arma contra aquele que o superintendente da operação classifica como “maior vilão”: o uso de redes sociais e aplicativos que informam o local de blitzes. Basta uma barreira ir parar nessas ferramentas para que o percentual de testes positivos no bafômetro sofra uma queda imediata.

Como funciona a nova blitz

Neste novo modelo da blitz é feita uma triagem com o uso de etilômetro passivo, sem necessidade de sopro e sem contato com o motorista. Sendo detectada a presença de álcool é realizada uma segunda triagem, e caso o resultado dê positivo novamente é realizado o tradicional teste do bafômetro com o bocal descartável e todos os procedimentos de higiene. Após o uso dos aparelhos eles são higienizados com hipoclorito de sódio a 2,5% (água sanitária).

Durante a abordagem o motorista e o policial ficam separados por uma barreira protetora de plástico transparente. Neste momento o motorista apresenta os documentos para que o agente do Detran faça imediatamente a verificação.

Em todas as blitzes são disponibilizados totens de álcool em gel com acionamento via pedal para os motoristas abordados e para os agentes que atuam na operação.

A reorganização na estrutura da blitz da Lei Seca leva em consideração um maior distanciamento entre as pessoas. Todos os profissionais utilizam máscaras e protetor facial (face shield).

 

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