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Sabino tem encontro com pastores de Rio das Ostras

O Jornal Tribuna dos Municípios abre espaço em suas edições para apresentar aos seus leitores o histórico e as propostas dos pré-candidatos políticos do estado do Rio de Janeiro. Nesta edição, entrevistamos o pré-candidato a deputado estadual, Alcebíades Sabino dos Santos. Natural de Rio das Ostras, ele foi prefeito por três mandados do município riostrense, deputado estadual pelo PSC e secretário estadual de governo nas pastas de Meio Ambiente e Trabalho e Renda. Agora ele busca ocupar mais uma vez umas das cadeiras na Assembleia Legislativa do estado do Rio de Janeiro pelo PROS (Partido Republicado da Ordem Social).

TM – Por que o senhor quer voltar a ser deputado? 

Sabino – Eu recebi, com muita insistência, uma solicitação do governador Cláudio Castro para que eu retornasse e me apresentasse novamente como candidato. O governador me disse que precisa muito da constituição de uma liderança aqui para ajudá-lo nessa região para trazer os benefícios que ela precisa.

 

TM – A partir dessa solicitação o senhor decidiu se candidatar pelo PROS? 

Sabino – Conversei muito com o governador, ouvi muito suas ponderações. Eu já estava afastado da política há alguns anos, por motivos pessoais, mas resolvi atender esse apelo dele e apresentar uma candidatura pelo PROS. Eu acho que temos muito a contribuir pelo nosso estado, pela nossa região e para Rio das Ostras.

 

TM – O senhor foi um prefeito que participou da transformação e do desenvolvimento de Rio das Ostras, especialmente na educação. Fale um pouco desse trabalho. 

Sabino – Quando assumi a prefeitura, em janeiro de 1997, Rio das Ostras era uma cidade que estava falida. Tínhamos perdido o nosso prefeito, uma pessoa muito querida, muito estimada na cidade. Uma pessoa muito respeitada, que era o prefeito Cláudio Ribeiro, que foi assassinado. Então, quando eu assumi a cidade, ela tinha muitas dúvidas. Eu era muito jovem, meu primeiro mandato que vinha sob circunstâncias complicadíssimas. Ainda assim, a gente conseguiu recuperar a cidade, pagar as dívidas e os salários atrasados dos servidores. E a partir daí iniciamos um planejamento que tornou possível fazer uma grande revolução em Rio das Ostras, que passou a ser conhecida como uma cidade moderna, inovadora e, em determinados aspectos, os nossos investimentos eram bastante concentrados na educação.

Quando eu assumi a prefeitura eram três ou quatro unidades escolares, que eram antigas, pequenas, sem refeitórios, laboratórios e bibliotecas. Primeiramente iniciamos um programa de valorização e reconhecimento com investimentos no profissional da educação, preparando esse profissional para uma nova escola que queríamos construir. Feito isso, iniciamos a construção dos prédios escolares, que eram modernos e confortáveis, atendendo as novas normas do Ministério da Educação. Foram feitas várias unidades, desde prédios para atender a pré-escola, até o ensino médio, com a construção do IMERO. Com isso, atendíamos todas as faixas escolares – desde a creche, educação infantil até o ensino médio – com uma escola de grande qualidade, grande padrão, que era o Instituto Municipal de Educação (IMERO), que formava excelentes professores para a rede municipal e para toda a rede de ensino.

Essa preocupação com a educação fazia com que nós, além dos prédios escolares e equipamentos, além da formação, da valorização e da qualificação do nosso profissional, também cuidássemos do nosso aluno, que era a nossa clientela. Nesse período o aluno recebia toda a atenção da prefeitura, desde os uniformes escolares completos, até o material escolar. Eu fazia questão de que os pais não precisassem comprar uma única borracha, nem um lápis, para que a criança pudesse estudar. Eles recebiam um material de muito boa qualidade, e inclusive tínhamos a preocupação de que as crianças tivessem orgulho dele, quisessem usar. Nas capas dos cadernos e livros aproveitávamos para contar um pouco da história de Rio das Ostras, mostrar como era a nossa cidade, a sua trajetória. Tínhamos grandes investimentos na educação, tanto que nesse período Rio das Ostras começou a se destacar no Brasil inteiro, não apenas no aspecto de valor orçamentário, mas nos resultados que tínhamos no IDEB, nas boas aprovações em vestibulares dos alunos do IMERO. E a população reconheceu que a nossa educação teve um grande salto de qualidade nessa época.

Um outro programa pioneiro que iniciamos na educação de Rio das Ostras foi a educação inclusiva. Eu me lembro de irmos a Barra de São João, a Tamoios, e era muito comum encontrar crianças na beira da estrada com uniformes das escolas de Rio das Ostras, já que essas crianças optavam por vir estudar aqui. Nessa época, as únicas escolas com educação inclusiva que recebiam crianças denominadas na época como portadores de necessidades especiais eram de Rio das Ostras. Tínhamos um professorado muito motivado, competente e, de fato, Rio das Ostras avançou muito na educação.

 

TM – Também foi na sua gestão que Rio das Ostras deu um grande salto populacional em função da qualidade de vida que a cidade oferecia. Como foi esse período? 

Sabino – Quando assumimos a prefeitura as pessoas estavam indo embora de Rio das Ostras. Vendiam seus imóveis por qualquer preço, ninguém queria saber de Rio das Ostras. Infelizmente a cidade era lembrada pela violência, pela morte do prefeito Cláudio, pela morte do delegado. Rio das Ostras só aparecia na imprensa nas páginas policiais. Seis, sete anos depois Rio das Ostras já era a menina dos olhos do estado do Rio de Janeiro inteiro. A cidade passou por uma verdadeira transformação do ponto de vista da educação, da saúde, do meio ambiente, da cultura, da urbanização, do turismo e dos grandes eventos. Como sempre podemos citar o emblemático Festival de Jazz. A partir disso, Rio das Ostras passou a ser a cidade do desejo das pessoas. Poucos anos antes, todo mundo indo embora, e poucos anos depois, todo mundo querendo vir morar em Rio das Ostras. A cidade tinha o maior crescimento populacional do país, se desenvolvia rapidamente. Passou de 50 mil habitantes para 150 mil, rapidamente. E Rio das Ostras vai continuar a se desenvolver, continuar a crescer. Eu tenho muita confiança na nossa cidade e, sobretudo, eu tenho muita confiança na nossa região, que tem um potencial fantástico.

O que eu lamento é que, às vezes, as cidades trabalham de maneira muito isolada, sem articulação conjunta. E trabalhando junto elas poderiam se ajudar a superar os seus problemas, que muitas vezes são comuns; como por exemplo a segurança pública, que é um grave problema da região, e o transporte público. A educação também precisa somar esforços. Nós precisamos oferecer oportunidades para os nossos jovens, especialmente nos cursos profissionalizantes, nos cursos técnicos e nos cursos universitários. A região também precisa somar esforços na saúde. Em Rio das Ostras, por exemplo, o sistema acaba sendo muito sobrecarregado porque a cidade tem que atender as pessoas da região inteira que precisam de assistência. É claro que Rio das Ostras faz isso de braços abertos, acolhendo a todos, mas isso sobrecarrega. Por isso a necessidade de se montar um sistema de saúde pensando na região como um todo, como Tamoios, Barra de São João e Casimiro de Abreu. Um sistema regional capaz de atender as necessidades da nossa população como um todo.

 

TM – E qual a importância do turismo para nossa região? 

Sabino – Eu acho que muitas vezes o turismo não recebe a atenção devida. Acredito que há uma incompreensão do turismo, lamentavelmente, até mesmo por setores da população que residem nos municípios da nossa região que imaginam que se a prefeitura atua pelo turismo, não está atuando pelo morador. Não é assim. A cidade precisa primeiro ser boa para o morador, para poder atender bem ao turista. Em Rio das Ostras, nós tivemos a sorte de realizar obras que foram importantes para os moradores, mas que também foram importantes para o atrativo turístico. A Praça da Baleia, hoje, o monumento da praça, talvez seja a escultura pública mais visitada no estado do Rio. Acho que a escultura da baleia esteja junto com a estátua de Drummond, lá em Copacabana, entre os monumentos mais fotografados do estado hoje. Então, é importante a gente entender o turismo como geração de renda, de bem-estar para a população residente. Se você tem um turismo forte, de qualidade, você geral emprego e bem-estar na cidade. E gerar emprego hoje é essencial.

Mas nós falamos do turismo, mas temos hoje na região uma indústria muito forte que é a construção civil, que recebe pouquíssima atenção das autoridades. Esse setor é ainda o que mais emprega, seja em Cabo Frio, Búzios, Arraial do Cabo, Rio das Ostras ou Macaé. A construção civil é a área que emprega a grande massa de trabalhadores, que não recebe a devida atenção das autoridades e dos políticos. Outra questão importante na nossa região é a pesca. Ela é uma tradição, não podemos esquecer que ela faz parte das nossas origens, das nossas raízes. A pesca produz o alimento que vai para a mesa de todo brasileiro. E o estado do Rio de Janeiro já foi um dos maiores produtores de pescado do Brasil e hoje está no fim da fila. Isso porque temos uma frota que não foi atualizada, especialmente por falta de investimentos. O pescador não recebe a atenção devida e necessária. Então a necessidade de investimentos na atualização e modernização da atividade pesqueira do nosso estado e dar atenção a esse homem, a essa mulher que vive da pesca.

 

TM – O senhor foi deputado estadual e secretário estadual de governo por duas vezes. Como foi a sua atuação durante esse período? 

Sabino – Quando fui deputado, eu procurei levar para a Assembleia as minhas raízes, a minha origem. Eu sou de família de pescadores e eu procurei atuar lá na Assembleia, além da busca dos benefícios das obras, eu me lembro a luta que foi para a construção da UPA de Tamoios, de Cabo Frio, de Rio das Ostras, nas quais tivemos sucesso em suas implantações. Entre várias outras obras, como as da FAETEC, implantação de Delegacias Legais, de agências bancárias, como aconteceu em Barra de São João e Tamoios. Também trabalhei muito junto às APAEs e Pestaloses na Assembleia, que foi uma atuação prioritária para mim, ações muito importantes e que deram muito resultado para essas instituições. Eu me lembro quando eu cheguei na Assembleia, a Fundação para a Infância e Adolescência (FIA) estava atrasada com os convênios com as APAEs e Pestaloses e nós trabalhamos muito para que os recursos chegassem até eles porque eles fazem um trabalho como ninguém, maravilhoso. Eu escolhi determinados pontos de apoio para trabalhar na Assembleia que nenhum outro deputado queria fazer. Também trabalhei muito junto à questão da adoção de crianças, que muitas vezes ficam por anos em abrigos do estado do Rio de Janeiro e com tantas famílias, cheias de amor, e que querem levar essas crianças e tê-los como filhas e filhos, mas muitas vezes esbarram em tantas dificuldades e burocracias, em uma Justiça lenta no encaminhamento dos processos de adoção. Essa foi uma causa pela qual trabalhei, sempre orientado por instituições de apoio à adoção.

Também atuei muito junto a questão do transplante de órgãos. Eu cheguei na Assembleia e o Rio de Janeiro era o terceiro pior estado em transplante de órgãos. Ficávamos atrás de estados muito pequenos e pobres nessa questão. E no Ceará eu fui buscar inspiração para propor à Assembleia Legislativa um programa estadual de transplante de órgãos que, posteriormente, o governador implantou e, em três anos, o Rio passou a ser o estado pioneiro nessa questão. Também trabalhei muito contra a violência à mulher e crianças, contra a pedofilia. Inclusive os meus colegas na Assembleia brincavam comigo que eu escolhia temas que não eram eleitorais, que não davam voto. Entretanto, eram temas que comoviam o meu coração. Entre tantos outros temas aos quais eu me dediquei na Assembleia, como por exemplo a redução do ICMS para as indústrias da nossa região, para que, com a redução dos impostos, as empresas pudessem gerar empregos para a nossa sociedade. Também trabalhei muito a questão dos portadores de necessidades especiais, não apenas com a Apae e a Pestalose, mas de modo geral, como a empregabilidade dessas pessoas.

Recentemente eu conheci em Rio das Ostras o FARO, que é o Futebol de Amputados e eu fiquei completamente apaixonado pelo trabalho desenvolvido por eles. Vi neles a vontade de superar suas dificuldades. É claro que lá na Assembleia você também vai trabalhar pelo Batalhão da Polícia Militar, mais escolas de ensino médio, obras para os municípios, mas também é importante atuar em áreas que talvez outras lideranças não tenham interesse, mas que são de estrema importância para a sociedade, porque tratam sobretudo do bem-estar das pessoas.

 

TM – O senhor ficou conhecido como um deputado que trabalhava para o estado do Rio como um todo, e não apenas pela sua cidade, Rio das Ostras. Certo? 

Sabino – Sim, é claro que você não abandona as suas raízes e dá maior importância para isso. Mas eu sempre entendi que a minha missão era trabalhar para o estado inteiro, especialmente para aqueles municípios mais pobres, os municípios de menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Isso porque você tem que atuar mais por quem mais precisa. Eu era um deputado que visitava o estado do Rio de Janeiro inteiro, ouvia as comunidades e ia buscar soluções para os problemas dessa sociedade.

 

TM – E agora o senhor está mais uma vez como pré-candidato a deputado estadual e o que a população da Região dos Lagos e de todo o estado pode esperar? 

Sabino – Eu quero entregar à população o fruto do trabalho de um homem vivido, que teve várias experiências como gestor. De uma pessoa que se sente preparada para contribuir com a população do estado do Rio de Janeiro. Eu acredito que a experiência acumulada, a vivência que tive ao longo de todos esses anos nos diversos cargos que eu desempenhei, humildemente falando, com sucesso, são um atestado de que eu me encontro preparado para representar novamente o nosso povo. É isso o que eu quero. Eu não quero mais nada para mim, não tenho vaidades pessoais. O que Deus me possibilitou já é mais que satisfatório para mim. O que eu quero é trabalhar pela sociedade, pela população. Fazer, especialmente, com que a Região dos Lagos recupere espaço e a importância que essa região tem para o Brasil inteiro.

 

TM – Geralmente quando o político sai do poder, e outro assume o seu lugar, ele não se preocupa mais com aquela cidade porque os méritos não serão atribuídos a ela. Em Rio das Ostras o senhor atuou de forma diferente, não foi? 

Sabino – Em todos os momentos, independentemente de ter mandato, ou não, eu sou um cidadão, sou um morador e, como ex-prefeito, eu tenho responsabilidades. Então, em nenhum momento eu posso recusar oferecer ajuda. Os meus contatos, as relações que eu construí ao longo de todos esses anos, seja para Casimiro de Abreu, seja para Rio das Ostras, Nova Friburgo, para nenhum município eu posso recusar o meu conhecimento. Às vezes o prefeito Marcelino liga, ele precisa de uma solução, e eu jamais neguei, ao contrário, o meu desejo é ajudar cada vez mais. Eu posso citar um caso bastante recente, que foi as casas populares dos Âncora e de duas escolas que as obras estavam paradas há muitos anos em Rio das Ostras. E conversando com o prefeito Marcelino, ele me falou das dificuldades e eu me coloquei à disposição dele. Procurei a Caixa Econômica Federal, eu sou funcionário de carreira da Caixa, e as obras continuaram, foram concluídas. O município concluiu e entregou as obras, que maravilha. Inclusive o prefeito me convidou para a inauguração da obra.

No caso da escola estadual as obras também estavam paradas, eu fui até a Secretaria Estadual de Obras com Marcelino e juntos conseguimos com que as obras da escola retomassem.

Eu acho que ainda posso ajudar muito mais, me empenhar, ajudar Rio das Ostras e a nossa região. Eu que pude ajudar estando fora do poder, sem mandato, acredito que, tendo um mandato, eu poderia ajudar ainda mais e, essa é a minha vontade.

 

TM- O senhor é muito querido pelos pastores da cidade, não é? 

Sabino – Eu sempre tive uma relação muito próxima com os pastores, sempre fui muito amigo deles e eles meus amigos. Eu os respeito muito e sei que a missão deles é muito difícil, mais que a nossa missão como político. Eu passei momentos particulares, pessoais, junto com a minha família, particularmente com a minha esposa. Momentos de dores, aflições, e recebi um apoio extraordinário desses amigos que vinham na minha casa diariamente para orar comigo e minha família para pedir proteção, saúde para mim e minha esposa, e recebemos um verdadeiro milagre nas nossas vidas. Eu sou muito agradecido a eles e hoje eu os convidei para estar aqui na minha casa para traduzir a eles a minha gratidão, o meu muito obrigado às igrejas que faziam jornadas de oração pela minha esposa, todas as igrejas unidas pedindo pela saúde da Rose. E por mais que eu me expresse, eu não tenho como traduzir o meu carinho, a minha gratidão.

 

TM – O senhor ficou afastado da política por um tempo da política por um motivo mais importante, que era cuidar da saúde da sua esposa. E agora, o senhor está preparado para retornar? 

Sabino – Sim, eu conversei muito com a minha esposa, e ela me animou muito, porque, graças a Deus, repito aqui, nós tivemos um verdadeiro milagre. Ela está muito bem hoje, com a saúde muito boa. E ela me animou muito. Ela me disse “Sabino, você gosta da política e, sobretudo, você é uma pessoa que gosta de ajudar as pessoas. E a política te possibilita isso, é uma ferramenta para ajudar as pessoas. Então volta, eu estou ao seu lado, eu vou te apoiar, eu estou bem”. A partir disso eu me animei, recomeçamos um pouco tarde, mas estamos na luta. Quero ter a oportunidade de voltar a fazer o bem.

TM – Qual a mensagem final o senhor deixa para toda a população do Estado do Rio de Janeiro? 

Sabino – Primeiro eu quero agradecer sempre. O povo sempre foi muito bom, muito generoso comigo. Nunca me faltou, o povo sempre esteve ao meu lado, e eu sou muito agradecido. Por isso a minha mensagem é a de uma pessoa que quer retribuir, quer devolver o que recebeu de carinho, de amor e de apoio. As pessoas podem ter certeza que podem contar comigo.

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