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Adeus a Françoise Forton, atriz consagrada na TV brasileira

A atriz Françoise Forton morreu na tarde deste domingo (16), aos 64 anos, no Rio de Janeiro. Ela estava internada há quatro meses na Clínica São Vicente, na Zona Sul carioca, onde lutava contra um câncer. A informação foi divulgada pelo colunista Ancelmo Gois, do jornal O Globo.

Seu último trabalho na TV foi em Amor sem Igual (2019), na Record, finalizada no ano passado em meio à pandemia da Covid-19. Na Globo, onde fez carreira desde a década de 1970, seu papel mais recente foi em Tempo de Amar (2018).

Ela já havia descoberto um câncer no útero há 33 anos. enquanto gravava a novela Tieta (1989). Recentemente, falou sobre o episódio em entrevista ao Encontro com Fátima Bernardes: “Fiz todo o tratamento de radioterapia enquanto fazia a novela, acabei me dividindo entre o consultório médico e o estúdio de televisão”.

“Acho que o meu ofício, a televisão e o teatro, me ajudou a passar por este momento, porque me move profundamente. Meu deu muita força. Não tive nem ao menos tempo de ir ao psicólogo, a arte era meu médico”, relembrou a atriz na entrevista de 2018.

 

BIOGRAFIA

A atriz era filha única de um francês e uma brasileira. Nascida no Rio de Janeiro, morou em Brasília dos 5 aos 17 anos, quando retornou para sua cidade natal.

Iniciou sua carreira de atriz em 1969 fazendo uma pequena participação na novela A Última Valsa, em seguida participou de um episódio do seriado A Grande Família, em 1973, interpretando a namorada de Tuco (Luiz Armando Queiroz). Ganhou mais notoriedade na televisão com a novela Fogo sobre Terra em 1974, interpretando a rebelde Estrada-de-Fogo. Desde então, passou a integrar elenco de várias telenovelas, sempre com papéis importantes.

Em 1975, protagonizou Cuca Legal ao lado de Francisco Cuoco, Yoná Magalhães e Suely Franco. Na trama, ela era uma das três mulheres de Mário Barroso (Francisco Cuoco), Virgínia. No mesmo ano, integrou o elenco da “novela das dez”, O Grito, onde interpretou a ativista Mariana, que lutava pelos direitos da mulher e das minorias.

No ano seguinte, 1976, protagonizou Estúpido Cupido, novela ambientada nos anos 1960. Sua personagem, Maria Tereza, é uma moça sonhadora que deseja sair da pequena Albuquerque para ser eleita Miss Brasil. Porém, o namorado João (Ricardo Blat), aspirante a jornalista, morre de ciúmes e pretende se casar com ela, colocando-se como empecilho nos seus planos. Após o fim da novela, Françoise passou sete anos afastada da televisão. Em 1983 transferiu-se para a Rede Bandeirantes, onde fez a novela Sabor de Mel e o seriado Casa de Irene.

Retornou à Rede Globo em 1988 participando da novela Bebê a Bordo, em que interpretou a sensual Glória, atuando ao lado de Nicette Bruno, Patrícya Travassos e Tony Ramos.

Em 1989 interpreta uma das vilãs do grande sucesso Tieta, dando vida à fria e calculista Helena, esposa de Ascânio (Reginaldo Faria). Em 1990 volta a atuar em mais uma novela de horário nobre, Meu Bem, Meu Mal, vivendo a misteriosa Marcela.

Em 1992, interpretou uma das personagens principais de Perigosas Peruas, a ambiciosa e perigosa Caroline. Em 1993 participou de Sonho Meu. Em 1994 interpreta a enfermeira frustrada Clarisse, em Quatro por Quatro, de Carlos Lombardi, fazendo par romântico com Rômulo Arantes.

No ano seguinte, Françoise ganhou um dos principais papéis da novela Explode Coração, a primeira telenovela a ser gravada no Projac, inaugurado então fazia pouco tempo. Na trama ela era a grande vilã Eugênia Avelar, mulher requintada e fria, apaixonada pelo protagonista Júlio (Edson Celulari) e fazia de tudo para conquistá-lo.

Em 1996 integrou o elenco da novela Anjo de Mim dando vida à elegante Renata Monterrey, uma das personagens centrais da trama. Em 1997 volta ao horário nobre no sucesso Por Amor, de Manoel Carlos, em que interpretou a fútil Még.

Três anos mais tarde, 2000, retorna às novelas em Uga Uga, vivendo a hippie Larissa Guerra. Em 2001 participou de O Clone como a cientista Simone. Em 2003 esteve em Kubanacan como a fútil Concheta. Após o término da novela, Françoise passou a trabalhar no SBT, onde gravou dois remakes de novelas mexicanas com papéis importantes, Seus Olhos, em 2004, e Os Ricos Também Choram, em 2005. Em seguida, assinou contrato com a Rede Record, onde permaneceu até o ano de 2011. Nesse tempo Françoise participou de diversas novelas e seriados da emissora.

Em 2012 assinou contrato com a Rede Globo novamente, após uma temporada como contratada da Rede Record.

 

Vida pessoal

Foi casada com o físico Ênio Viotti de 1978 a 1982, e dessa união nasceu seu único filho, Guilherme Fourton Viotti, vindo ao mundo de parto normal, no Rio de Janeiro, em 1980.

Em 1989 enfrentou um câncer de útero. Em entrevistas revelou que na época não quis abrir essa parte de sua vida para a imprensa, pois estava em depressão, e que a psicoterapia aliada a sua dedicação às artes cênicas a auxiliaram no seu processo de cura. Revelou que fez todo o tratamento com radioterapia, ficando curada um ano depois, após realizar uma histerectomia. Informou que ficou muito triste, pois queria dar um irmão para seu filho, pois ela é filha única e não queria que ele fosse; mas, ao conversar com o filho, na época com quase nove anos, ele disse que poderiam adotar. A artista pensou em adoção, mas os constantes compromissos profissionais a fizeram adiar e desistir dessa decisão.

Após mais de de trinta anos mantendo relacionamentos amorosos com homens anônimos e famosos, mas sem assumir nenhum compromisso sério para a imprensa, em 2014 se casou em uma cerimônia civil e religiosa com seu noivo, com quem estava junto desde 2010, o produtor Eduardo Barata, que é dez anos mais jovem e tem duas filhas. Françoise informou em entrevistas que considera suas enteadas como filhas, e que elas tratam seu filho como irmão legítimo.

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