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Sem Carnaval, Brasil deixa de movimentar R$ 8 bilhões

O cancelamento do Carnaval para conter aglomerações e o contágio da Covid-19 não suspendeu apenas a folia no país. Pelo menos R$ 8 bilhões poderão deixar de circular na economia com o cancelamento das festas de Carnaval em 2021. Essa foi à estimativa da contribuição da festa à Economia feita pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) em relação ao evento realizado em 2020.

A medida de cancelar as festas foi adotada por vários Estados e municípios do país, como Salvador (BA) e Rio de Janeiro (RJ), para conter a propagação do coronavírus. Além disso, 20 Estados também cancelaram o feriado de Carnaval e terão expediente normal nas repartições públicas.

Segundo estimativa da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), cerca de 25.000 empregos temporários deixarão de ser criados em janeiro e fevereiro deste ano.

O Carnaval demanda uma série de serviços desde a organização à produção de fantasias, que mobiliza uma extensa cadeia de fornecedores de diferentes áreas de indústrias, comércios e serviços. De acordo com Fábio Bentes, economista da CNC, por causa de sua capilaridade, é até complicado dimensionar a suspensão do Carnaval.

No ano passado, o Carnaval ocorreu antes de o coronavírus ser oficialmente registrado no país e os Estados decretarem medidas de isolamento social. Pesquisa realizada anualmente pela CNC, com 3.800 municípios, mostra que a arrecadação da festa em 2020 cresceu 20% em relação a 2019, e a projeção antes da pandemia era de ascensão desse mercado.

Os efeitos da pandemia tiveram forte impacto sob o turismo. Foi um dos segmentos da economia que mais sofreu. Em 2019, encolheu 13% e levou ao fechamento de 397,4 mil vagas formais, segundo cálculos da CNC.

Cancelamento derruba ocupação em hotéis no Rio

No Estado do Rio de Janeiro, o cancelamento do Carnaval desestimulou o turismo. Um dos setores que mais sofre o impacto econômico da decisão é a rede hoteleira. Até o momento, a média de ocupação das hospedagens na capital está em 41%, sendo o período pesquisado de 12 a 16 de fevereiro. No ano passado, a hotelaria carioca já registrava cerca de 78% na mesma prévia, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih).

Acostumada a receber grande público, a arquibancada da Marquês de Sapucaí ficará vazia pela primeira vez em 37 anos. A movimentação no sambódromo em cinco dias de evento chega a 5 milhões de pessoas, entre público, esquipes de manutenção e das escolas de samba. Além disso, há os visitantes que vem para os blocos e outras comemorações. Em 2020, 2.1 milhões de turistas vieram para a folia no Rio de Janeiro, deixando R$ 4 bilhões na cidade. O cenário pandêmico, no entanto, é diferente.

O cancelamento das comemorações também fez muita gente perder o trabalho. De acordo com estudo de impacto econômico do Desfile Oficial das Escolas de Samba do Carnaval do Rio, realizado pela Fundação Getúlio Vargas com base no Carnaval 2019, são gerados 36 mil empregos diretos e indiretos apenas nos cinco que compõe a realização dos desfiles no Sambódromo. Se for considerado todo o período de preparação para o evento, a Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa estima que esse número chegaria a aproximadamente 65 mil empregos.

O Carnaval não é um feriado nacional. Os governos precisam decretar ponto facultativo para não haver expediente no setor público. Já o setor privado pode operar sem restrições no ponto facultativo. No Brasil, existem 9 feriados nacionais, segundo portaria do Ministério da Economia.

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