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Governadores, que já estiveram na mira da Justiça, respondem processos em liberdade

O Rio de Janeiro chegou a uma marca nada comemorativa. Nos últimos quatro anos, seis governadores ou ex-governadores do Estado foram presos ou afastados do mandato. Além de Witzel, já estiveram na mira da Polícia Federal (PF) Moreira Franco, Luiz Fernando Pezão, Rosinha Matheus, Anthony Garotinho e Sérgio Cabral. Destes quatro foram presos e respondem em liberdade. Apenas Witzel não foi detido e somente Sérgio Cabral – que é o único que admite os crimes, vale dizer – segue em Bangu 8, cumprindo penas que somam 294 anos.

Anthony Garotinho, governador entre 1999 e 2002, foi preso 5 vezes desde que saiu do cargo, é acusado por crimes de corrupção, concussão, participação em organização criminosa e falsidade na prestação das contas eleitorais.

Garotinho foi preso pela Polícia Federal em 16 de novembro de 2016, num desdobramento da Operação Chequinho, que investigava a compra de votos durante eleição em Campos. A passagem dele pela prisão ficou marcada por uma cena de tumulto e berro na transferência para Bangu 8. Em 2017, o ex-governador seria condenado a 9 anos e 11 meses de prisão e preso mais uma vez. A justiça determinou prisão domiciliar de Garotinho e semanas depois a prisão foi revogada. Em 22 de novembro do mesmo ano, ele seria preso mais uma vez, junto com a mulher, Rosinha Garotinho. Ele foi solto depois de 29 dias.

Em 3 de setembro de 2019, Garotinho teve outra passagem pela prisão, sob acusação de superfaturamento de contratos entre a Prefeitura de Campos e a construtora Odebrecht, para a construção de casas populares durante os dois mandatos de Rosinha como prefeita (2009/2016). Menos de 24 horas depois, a decisão foi revogada pelo desembargador Siro Darlan, plantonista do Tribunal de Justiça.

Já Rosinha Garotinho, governadora entre 2003 e 2006, foi presa em novembro de 2017 junto com o marido por crimes eleitorais. Eles foram acusados, ao lado de outras seis pessoas, de integrar uma organização criminosa que arrecadava recursos de forma ilícita com empresários com o objetivo de financiar as próprias campanhas eleitorais e a de aliados, inclusive mediante extorsão. Ficou presa por 1 semana.

Em setembro de 2019, assim como o Garotinho, ela também teve uma breve passagem pela prisão sob acusação de superfaturamento na prefeitura de Campos. A ex-governadora foi solta pela mesma determinação de Siro Darlan que libertou o marido. Foi condenada em janeiro de 2020, mas recorreu e responde ao processo em liberdade.

Outro governador, que ocupou o cargo entre 1987 a 1991, Moreira Franco foi o último dos ex-governadores do Rio a ter passagem pela prisão por suspeita de corrupção. Ele foi preso em março de 2019 em um desdobramento da operação Lava Jato, sob acusação de negociar o pagamento de propina, no valor de R$ 1 milhão, à Engevix em obras relativas à usina nuclear Angra 3. O Ministério Público Federal do Rio apresentou duas denúncias contra Moreira, apontado como operador de Michel Temer em esquema de propinas. Ele ficou quatro noites na cadeira, mas foi liberado após liminar do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2).

Todos os governadores eleitos do Rio de Janeiro que ainda estão vivos foram presos ou afastados. Nilo Batista e Benedita da Silva, vice-governadores que ocuparam o cargo após a saída dos titulares, são os únicos que não respondem a processos judiciais.

 

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