A Polícia Civil do Rio de Janeiro iniciou na terça-feira (1°) a Operação Freedom, contra os “Guardiões do Crivella” — um grupo de assessores da Prefeitura do Rio mobilizados para atrapalhar o trabalho da imprensa. Também na terça, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) instaurou uma investigação sobre possível prática de crimes no esquema. Além disso, o PSOL, também protocolou um processo de impeachment contra Crivella na Câmara.
Segundo o delegado Willian Monteiro Pena Júnior, responsável pela operação da Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas), os mandados são de busca e apreensão e têm como objetivo apurar o “esquema criminoso” formado por servidores da Prefeitura.
As ações da Polícia Civil foram chamadas de Operação Freedom e cumprem oito mandados. Segundo a corporação, os “crimes foram cometidos por servidores públicos contra jornalistas no exercício da função”. Os mandados foram expedidos pelo juízo do plantão noturno do Tribunal de Justiça do Rio a pedido de delegados da Draco.
“Foram feitos os cumprimentos de mandados de busca e apreensão domiciliar, e essas pessoas encontradas nas residências foram conduzidas aqui para a Draco. Elas querendo vão prestar depoimento, já que é um direito constitucional delas”, explicou Júnior em entrevista à GloboNews.
“A gente precisa saber deles, já que a matéria é bem clara no sentido que eles participaram desse esquema criminoso, então a gente precisa saber a fundo quem idealizou, quem participou de toda essa estrutura criminosa que foi montada”, acrescentou o delegado.
Segundo a GloboNews, um dos alvos dos mandados é Marcos Paulo de Oliveira Luciano, conhecido como ML. Ele é assessor especial do gabinete do prefeito e dava ordens para outros servidores no grupo de WhatsApp.
A Polícia Civil identifica três crimes na ação do grupo. Os integrantes podem responder por associação criminosa, atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública e advocacia administrativa, que é quando um servidor público usa a administração pública para o interesse privado.
Crivella investigado e pedido de impeachment
O prefeito do Rio será investigado pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) pelo suposto esquema. O órgão viu indícios de crimes e Crivella será avaliado por associação criminosa e prática de conduta criminosa, esta última com relação às suas responsabilidades como prefeito.
Além disso, o PSOL, por meio do vereador Tarcísio Motta, também protocolou um processo de impeachment contra Crivella na Câmara, e a vereadora Teresa Bergher (Cidadania) promete apresentar um pedido na Casa municipal para instaurar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) sobre o caso.
“Esperava que Crivella guardasse a Saúde, cuidasse das pessoas. Não foi bem isso que aconteceu. Guardiões do Crivella não passam de milícias pagas com dinheiro público. Vergonha!”, escreveu Freixo sobre o esquema.
A vereadora Teresa Bergher (Cidadania) também confirmou nas redes sociais que vai apresentar um pedido para instaurar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) sobre o esquema na Câmara. No Instagram, Teresa se disse “perplexa” pela revelação do esquema. “Contratar pessoas com dinheiro público para impedir que o cidadão tenha acesso à informação? É revoltante”, afirmou a vereadora carioca.