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Morre Dorval, um dos maiores ídolos da história do Santos

Um dos grandes ídolos do Santos Futebol Clube, o ex-jogador Dorval morreu no último domingo (26). Aos 86 anos de idade, ele estava internado na Casa de Saúde de Santos (SP) com quadro clínico delicado, com muita tosse.

Segundo nota publicada no site do clube santista, a informação da morte foi confirmada pela sobrinha do ex-jogador que o acompanhava. O velório será no Salão de Mármore, na Vila Belmiro, em horário que ainda será divulgado. O clube decretou sete dias de luto.

Segundo o recém-lançado “Almanaque dos Craques” do Santos, Dorval “era um dos jogadores mais festeiros daquele elenco na década de 1960. São inúmeras as histórias de noitadas com colegas de equipe, porém nunca teve o desempenho prejudicado”. O apelido que o ponta tinha entre os jogadores de “Pé de Valsa” tinha a ver com sua personalidade boêmia, que gostava de festas e de dançar.

Melhor ponta-direita

Nascido em Porto Alegre, em 26 de fevereiro de 1935, Dorval Rodrigues chegou ao Santos em 1957 e foi considerado, pela crítica esportiva o melhor ponta-direita da história do Clube. Nos anos 1960 formou o Ataque dos Sonhos, ao lado Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe.

Entre suas conquistas, estão o bicampeonato da Libertadores e o bi mundial de 62 e 63, os brasileiros de 61, 62, 63, 64 e 65, e os paulistas de 58, 60, 61, 62, 64 e 65. Fez 612 jogos com a camisa do Santos, a quinta maior participação entre todos os jogadores, e marcou 194 gols, sendo o sexto maior artilheiro da história do Peixe.

Segundo o historiador Odir Cunha, era este o time que o ídolo santista torcia na infância. Depois do Colorado, o menino parou no Grêmio, mas precisou trocar de posição a todo tempo e nunca conseguiu uma sequência. Segundo ele, houve um elemento racial nesta dificuldade de ascensão profissional.

“Às vezes eu jogava na meia, às vezes na ponta, fui escalado até na ponta-esquerda. Mas era difícil um jogador de cor se firmar no Grêmio”.

Dorval era conhecido por crescer em decisões, pela velocidade e também pela inteligência tática, que lhe permitia ser um dos maiores autores de passes para gols durante os tempos de ouro do Santos. O “ataque dos sonhos” lado de Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe marcou 314 gols em 97 jogos. O ponta direita desta formação foi um dos primeiros jogadores de ataque com responsabilidades defensivas — algo que hoje é muito comum. Ele se lembrava orgulhoso de um Santos 3 x 2 Botafogo no Pacaembu em que sua única obrigação era anular Garrincha. Conseguiu.

Reverência

O presidente do Santos, Andres Rueda, lamentou a perda do ídolo. “Dorval é um dos jogadores inesquecíveis, que ajudou a construir essa linda história do Santos. Merece todas as reverências por sua trajetória. O Santos perdeu um de seus maiores ídolos hoje”, afirmou, em nota publicada no site do clube.

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