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Justiça decreta prisão preventiva de GCM que matou secretário-adjunto de Osasco

Crime teria sido motivado por ‘insatisfação’ de agente ao saber que deixaria equipe de segurança do prefeito, diz boletim de ocorrência

A Justiça de São Paulo decretou na terça-feira (07) a prisão preventiva do guarda municipal que matou o secretário-adjunto de Osasco (SP), Adilson Custódio Moreira. O agente, identificado como Henrique Marival de Sousa, efetuou disparos contra a vítima após um desentendimento em uma reunião para discutir a realocação da equipe da qual ele participava, na tarde de segunda-feira. De acordo com informações do boletim de ocorrência registrado e relatos de testemunhas, Marival teria ficado insatisfeito ao saber que sairia de uma função administrativa e voltaria às ruas.

O autor dos tiros foi apontado como um dos integrantes da segurança pessoal do ex-prefeito de Osasco, Rogério Lins (Podemos), e da ex-primeira-dama, Aline Lins. Durante a reunião, o guarda teria se desentendido com o secretário-adjunto após descobrir que seria transferido de volta às ruas por conta do início de um novo mandato na prefeitura, agora administrada por Gerson Pessoa (Podemos). Por conta disso, ele teria efetuado diversos disparos contra Moreira e se trancado no local.

Marival se entregou à polícia no início da noite após duas horas de negociação com policiais do Gate, o Grupo de Ações Táticas Especiais da Polícia Civil. Ele passou por uma audiência de custódia no início da tarde desta terça-feira, que determinou que a prisão em flagrante fosse convertida em uma prisão preventiva.

No local da ocorrência, também foram apreendidos uma pistola Taurus, calibre 40, a arma do crime, acompanhada por dois carregadores, um coldre e diversos cartuchos; oito estojos e quatro fragmentos de projéteis.

‘Nessa sala só tem eu, o Moreira e o demônio’

Segundo informações do BO, a reunião foi agendada pelo secretário-adjunto para às 15h desta segunda-feira. O encontro teria reunido dezesseis pessoas para definir “quem permaneceria e quem retornaria aos quadros da Guarda Civil”.

“Quando finalizada a reunião, Moreira anunciou que poderia receber em particular, separadamente, e naquela mesma sala, aqueles que quisessem ter com ele pessoalmente para tratar de algum assunto”, diz o boletim. Marival, então, decidiu ficar no local e demonstrou insatisfação em relação às mudanças anunciadas, afirmando que “não achava justo” a situação, segundo relata William Gamaliel Da Silva, guarda civil que testemunhou sobre o caso.

— Eu penso que houve descontentamento da parte dele por sair de uma função burocrática administrativa, em que estava em uma escala de segunda a sexta das 8h às 17h, e passar a executar uma escala de 18×36 (horas) — também disse o comandante da Guarda Civil Municipal, Erivan Gomes, que acompanhou a negociação para que o atirador se entregasse.

Segundo ele, após ter efetuado os disparos, Marival teria dito diversas vezes “você já sabe, você já sabe. Esse cara é sujo”. Ao ser questionado sobre a situação na sala em que ele se encontrava, o atirador teria dito:

– Aqui nessa sala só tem eu, o Moreira e o demônio.

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