Em plena corrida eleitoral, o município de Rio das Ostras volta a protagonizar mais um escândalo envolvendo a administração do prefeito Marcelino Borba. Na quarta-feira (7) um servidor público protocolou na Justiça Eleitoral um documento no qual revela ter sido alvo de coação. No documento, o servidor também denúncia uma manobra para tentar impugnar a candidatura de um dos adversários de Marcelino no pleito.
De acordo com o documento que o Tribuna dos Municípios teve acesso, o engenheiro Rogério Abril afirma que teria sido coagido com a ameaça de demissão, se não assinasse uma procuração que acabou sendo usada pela representação jurídica de Marcelino para ajuizar uma ação de impugnação de candidatura contra um candidato a prefeito. O caso aconteceu na madrugada do último dia 29 para o dia 30 de setembro, mas se tornou público na última quinta-feira (8).
No texto, Rogério ressalta que foi procurado “pela cúpula do governo municipal atual de Rio das Ostras, nas pessoas do próprio prefeito Marcelino Carlos Dias Borba, Marcus David Gomes Rezende e Elizabeth Bucker Veronese, dentre outros, inclusive advogados” para assinar uma procuração.
“Foi passado que o assunto da procuração se referiria a questionar a participação do PSDB politicamente ao lado do candidato a prefeito Dr. Fabio Simões e jamais em razão de acusações infundadas como foram veiculados pela mídia nos últimos dias, em especial a injusta desonra proferida contra o respeitável presidente do partido em Rio das Ostras, Sr. Aldem e ainda em desfavor do Candidato Dr. Fábio Simões e da Coligação Mais Amor Por Rio das Ostras”, diz trecho do documento.
“Esclareço que em momento algum me foi informado que o assunto em tela consistiria em questionar a validade de atos praticados pelo partido (PSDB) ao qual mesmo estando filiado, não participo, desde 2014, de suas atividades, não sou convencional, não tenho direito a voto e sequer participo dos atos partidários na qualidade de filiado”, diz o servidor.
Em outro trecho do documento Rogério afirma que só assinou a procuração “em razão da forte pressão, ameaça e coação das pessoas que me procuraram em nome do governo que, se caso eu não assinasse, seria exonerado imediatamente do meu cargo comissionado, o que me deixou, como pai de família, completamente desorientado e induzido ao erro por coação praticada em razão do erário”.
No documento o servidor destaca que através dele revoga todos os poderes que foram outorgados por ele na procuração, “em especial, em relação à Ação de Impugnação, autos do processo 0600590-23.2020.6.19.0184”.
Cesta Básica
A notícia gerou indignação em moradores, que voltaram a cobrar do prefeito Marcelino Borba a distribuição de cestas básicas para alunos da rede de ensino municipal, suspensa desde julho. “Infelizmente, quem está no poder, usa a máquina para se reeleger. Porque não usou a mesma pra ajudar o povo? Cadê a cesta básica das crianças? Quando deu, deu uma cesta vagabunda. Eu torço muito pra uma renovação em Rio das Ostras. Está uma região atrasada, parada no tempo! Turismo, o pior da região dos lagos. Nem passeio de barco temos direito” disse Ricardo Souza.
Se deu fim as cestas das crianças, estão admirados do que? Onde está o dinheiro das cestas básicas?”, questionou Mara Pereira.
“Vindo dele, eu acredito. Pois realmente e ingenuamente é a cara dele essa atitude. Espero que seja punido com o rigor da lei”, frisou Carlos Henrique.
Com a falta de auxílio do Poder Público, profissionais da Educação de Rio das Ostras, através do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação – Núcleo Rio das Ostras e Casimiro de Abreu, promovem uma campanha pedindo a regularização imediata na entrega das cestas básicas aos alunos da rede de ensino municipal.
“As famílias dos alunos da rede municipal de Rio das Ostras precisam das cestas básicas já! A fome não pode esperar!”, escreve o Sepe na publicação.
“Ninguém da nenhuma satisfação. Nenhum vereador, nenhuma figura pública. O prefeito que dificilmente aparece nas redes sociais agora até responde comentários, pede votos assim como os vereadores, mas dizer o que acontece com relação aos kits ninguém diz e nós mães e pais ficamos assim sem saber o que fazer”, lamenta Ângela Regina.