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A voz da luz que não se cala

Silenciou-se a voz de Divaldo Pereira Franco. Silenciou-se a carne, jamais o espírito. Aos 98 anos, ele partiu como viveu: em paz. E deixou atrás de si não apenas uma biografia respeitável, mas uma aura de luz que permanece em cada palavra dita, em cada gesto de compaixão, em cada vida tocada pela sua mensagem.

Divaldo não foi apenas um nome no Espiritismo. Foi um farol.

Nascido em 1927, na Bahia, ele atravessou quase um século levando consolo, esperança e fé. Psíquico. Educador. Humanista. Fundador da Mansão do Caminho — que acolheu milhares de crianças e famílias —, ele praticou o amor em sua forma mais concreta: o da caridade sem distinção, o do auxílio sem julgamento, o da escuta generosa.

Divaldo falava. E multidões ouviam.

Ginásios lotados. Teatros em silêncio respeitoso. Auditórios atentos ao timbre sereno e à sabedoria de suas palavras. Onde estivesse, fosse em Salvador, Paris ou Buenos Aires, sua presença transcendia a religião. Espíritas, católicos, evangélicos, ateus — todos se rendiam à força mansa daquilo que é verdadeiro.

Com mais de 600 obras psicografadas e traduzidas para dezenas de idiomas, Divaldo não falava apenas de doutrina, mas de humanidade. Em tempos de ódio, pregava a tolerância. Em tempos de pressa, nos lembrava da paciência. Em tempos de medo, apontava o caminho da fé.

E o fazia com simplicidade. Com aquele sotaque doce do recôncavo baiano. Com aquele olhar que mais parecia saber mais do que dizia — e dizia muito.

Não se medem legados pelo número de livros publicados, mas pelas almas tocadas. Divaldo tocou milhões. Na dor, foi consolo. Na dúvida, foi direção. No desespero, foi ponte.

Hoje, o corpo se despede. Mas a luz… A luz que Divaldo Franco acendeu em tantos corações não se apaga.

“A morte não é o fim”, ele dizia. E hoje repetimos suas palavras como um eco de fé.

Pois homens como Divaldo não morrem. Se elevam. E de onde estiver, certamente continuará nos sussurrando certezas, guiando os que choram, inspirando os que ainda têm muito por aprender com sua vida.

Descanse em paz, Divaldo.

Você não apenas falou sobre a luz. Você foi a própria luz.

Gregório José
Jornalista/Radialista/Filósofo
Pós Graduado em Gestão Escolar
Pós Graduado em Ciências Políticas
Pós Graduado em Mediação e Conciliação
MBA em Gestão Pública
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