Sem provas, o republicano Donald Trump insiste em falar em “votos ilegais” e em acusar o adversário de agir para “roubar” a vitória dele. Joe Biden ―que até o fechamento desta edição liderava na Geórgia e Pensilvânia― rebateu e afirmou que defenderá a democracia dos EUA. O resultado final depende da contagem de votos na Geórgia, Arizona, Nevada e Pensilvânia, que avançam lentamente. A disputa mais acirrada acontece na Geórgia, que anunciou que vai recontar os votos.
As autoridades da Geórgia informaram hoje que procederão a uma recontagem dos votos das eleições americanas neste estado, onde o candidato democrata Joe Biden aparece à frente do presidente e candidato à reeleição, Donald Trump, por uma pequena margem. Além da Geórgia, Biden assumiu a liderança na Pensilvânia na manhã da última sexta-feira (06).
“A legislação estadual da Geórgia prevê que, caso a diferença entre os candidatos seja menor do que 0,5 ponto percentual, é possível pedir a recontagem. Com uma margem tão pequena, haverá uma recontagem na Geórgia”, diz Brad Raffensperger, secretário de Estado e conselheiro interno encarregado do processo.
O vencedor na Geórgia conquistará os 16 votos que o estado tem no Colégio Eleitoral, que determina o vencedor da eleição. Segundo projeções de jornais como o The New York Times, Biden tem 253 votos contra 214 de Trump no Colégio Eleitoral. Para vencer, são necessários 270 votos. Levantamento das 12h30 (de Brasília) mostra que Joe Biden tem 1.579 votos de vantagem sobre o presidente Donald Trump no estado, com 99% dos votos apurados, de acordo com dados da Edison Research.
Segundo uma autoridade eleitoral do Estado, até o fechamento desta edição faltavam 4.169 cédulas para concluir a apuração na Geórgia, um dos últimos Estados ainda indefinidos na disputa presidencial. Os funcionários eleitorais locais na Geórgia também podem realizar recontagens em seus condados se acharem que há uma discrepância nos resultados. “A contagem final na Geórgia neste momento tem enormes implicações para todo o país. As apostas e as emoções são altas de todos os lados. Não vamos deixar que esses debates nos desviem do nosso trabalho. Vamos acertar e defender a integridade de nossas eleições”, afirma Brad Raffensperger.
Votos de militares
Trump aproveitou o contexto da recontagem para cobrar também supostos votos de militares que, segundo ele, não teriam sido contados. O presidente, que tenta a reeleição, lembrou o caso de 8.900 cédulas que foram enviadas para militares que moram fora dos Estados Unidos e acabaram não voltando. “Onde estão as cédulas militares perdidas na Geórgia? O que aconteceu com elas?”, questiona Donald Trump. O presidente, porém, não cita o fato de que o Exército é responsabilidade do seu governo.