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Naturgy debate papel do gás natural na descarbonização do transporte rodoviário

Empresa destaca importância do investimento em Corredores Sustentáveis para autonomia de abastecimento de veículos pesados

A Naturgy, distribuidora de gás natural do estado do Rio e do sul de São Paulo, participou do 12º Seminário Sobre Matriz e Segurança Energética Brasileira, debatendo o papel do gás natural na descarbonização da frota de veículos pesados. No painel “Expansão do mercado de gás natural e perspectivas para sua descarbonização”, Rafael Miranda, gerente executivo de Gestão de Ativos da Naturgy falou sobre a estratégia da empresa em relação aos Corredores Sustentáveis, que permite abastecimento de ônibus e caminhões a GNV, em detrimento do diesel, combustível mais poluente.

“Temos ratificado nosso compromisso com a transição energética. Hoje, o estado do Rio é protagonista em relação aos chamados corredores, com 11 postos adaptados para veículos pesados na Dutra e na Washington Luis. Anunciamos recentemente investimentos de R$ 300 milhões para criar 16 novos Corredores Sustentáveis na área de concessão do estado do Rio. Estamos deixando um ativo para sociedade, reduzindo emissão de CO2 e de particulados, melhorando a qualidade do ar e consequentemente a saúde das pessoas”, explicou o executivo.

De acordo com o estudo da FGV “As oportunidades de descarbonização no Transporte Rodoviário”, o desenvolvimento do GNV no estado do Rio, onde 1,7 milhão de veículos leves são adaptados, gerou redução de emissões na ordem de 10 milhões de toneladas de gases de efeito estufa na atmosfera durante 1997 e 2024, ou seja, desde o início da concessão da Naturgy. Com a substituição da gasolina pelo GNV no período, houve benefício equivalente ao plantio de 70 milhões de árvores.

O estudo traz ainda a perspectiva de benefício com a substituição do diesel por GNV na frota pesada. Hoje, o transporte rodoviário responde por cerca de 94% da demanda de energia entre os modais e apenas 2% dessa demanda é abastecida por GNV. Segundo Rafael Miranda, com os investimentos na ampliação da infraestrutura de abastecimento a gás natural nas rodovias, a demanda poderá aumentar significativamente. Nos postos de GNV não adaptados é possível abastecer caminhões, mas isso leva em torno de uma hora, enquanto nos adaptados o tempo é de cerca de 15 minutos.

Durante o painel, Rafael Miranda analisou também a perspectiva da adoção do biometano, como fonte energética complementar ao gás natural. Entre os desafios ainda a serem superados, estão o preço da molécula e a necessidade de crescimento de produção. “Estamos conduzindo um mapeamento estruturado de oportunidades para o uso do biometano em nossa área de concessão. O biometano é um gás renovável produzido a partir de resíduos orgânicos, uma solução que alia eficiência energética à redução significativa das emissões de carbono. Adotamos uma abordagem estratégica para classificar os municípios fluminenses com base em dois critérios: a oferta potencial de biometano e a demanda atual de gás natural. Essa análise nos permite propor soluções de economia circular sob medida para cada localidade, fomentando o desenvolvimento de uma economia verde e sustentável”, ressaltou o executivo.

Hoje, na sua área de concessão no estado do Rio, a Naturgy conta com sete municípios estruturantes, onde o gás natural não chega por meio da rede de gasodutos, mas comprimido, por meio de caminhões. “Nosso intuito é transformá-los em municípios verdes, adaptando as atuais estruturas de descompressão para receber o biometano e injetar na nossa rede. Assim, será possível receber o combustível de diversos produtores para entregar ao cliente final. Desta forma, a energia limpa vai impulsionar o crescimento econômico e a qualidade de vida da população”, explicou Rafael Miranda.

Realizado pelo Centro de Estudos de Energia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Energia), o 12º Seminário Sobre Matriz e Segurança Energética Brasileira ocorreu em 29 de maio, no prédio da FGV, em Botafogo. O painel “Expansão do mercado de gás natural e perspectivas para sua descarbonização”, moderado por Cristiane Alkmin, presidente da MSGás, contou também com a participação de Pietro Mendes, Secretário Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (MME), Luiz Felipe Coutinho, Ceo da Origem Energia e Marcelo Cruz, diretor executivo de Marketing, Comercialização e Novos Negócios da Eneva.

 

Renata Grieco

Consultor de Comunicação Sênior

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