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Prefeitura de Maricá promove atividades que marcam a Luta Antimanicomial no município

Iniciativa segue até o dia 30/05 com intervenção cultural, debates, oficinas de pintura, música e capoeira, além de oferta de exames gratuitos

A Prefeitura de Maricá, por meio da Secretaria de Saúde, promoveu nesta terça-feira (13/05), na Lona Cultural de Itaipuaçu, uma série de atividades com pintura, exercícios corporais, musicalização e poesia. A iniciativa marca a Luta Antimanicomial na cidade, fortalecendo o cuidado humanizado das pessoas com questões psicossociais. As ações seguem a mobilização nacional pelos direitos da população com sofrimento psíquico e se encerram no dia 30/05.

No espaço, profissionais multidisciplinares, envolveram os pacientes em saúde mental nas atividades lúdicas. O secretário de Saúde, Marcelo Velho, garantiu que as ações da Luta Antimanicomial mostram o cuidado psicossocial humanizado oferecido no município.  “A Luta Antimanicomial é um movimento essencial e que apoiamos em Maricá, com atividades e intervenções que representam a mobilização com arte, cultura e conscientização. O cuidado em liberdade e qualificado em saúde mental é uma das nossas prioridades e vamos seguir empenhados para avançar cada vez mais nesse sentido”, afirmou.

A superintendente de saúde mental de Maricá, Daiana Albino destacou a integração dos serviços como instrumento essencial na luta antimanicomial. “Essa luta precisa ser comemorada porque é um desafio muito grande no dia a dia, de tirarmos o manicômio de dentro das pessoas. Essa luta não é só por conta do fechamento dos hospitais. É para mantermos espaços como esses de convivência, de interação e integração entre os serviços como o CAPS-2, CAPS-AD, CAPSI, com os leites habilitados no Hospital Municipal Conde Modesto Leal e nos Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT). Então, estamos o tempo todo integrando essa equipe importante”, explicou.

Médica psiquiátrica de crianças e adolescentes, Natália Mazori reforçou a importância de realizar ações referentes ao 18 de maio, data que marca a formalização de novas legislações no Brasil relacionadas aos cuidados com o paciente em saúde mental.

“Essa lei é muito importante para que essas outras práticas de cuidado aconteçam na nossa sociedade, com fortalecimento e empoderamento dos usuários que precisam desse cuidado. O manicômio não é mais só os prédios que não existem mais, ele pode estar dentro de cada um de nós. É uma luta diária dos profissionais que atuam na escuta, no cuidado, de desfazer esse manicômio, que é sempre uma violação dos direitos humanos, um reforço de estigmas, de estereótipos e violências de todas as formas”, disse.

Usuário do CAPS desde 2010, Roselito de Souza Teles, de 55 anos, salientou o trabalho realizado por toda a equipe na sua luta contra a depressão. “O CAPS me mudou. Eu estava em depressão e estava à beira do suicídio.  O CAPS me fez amar e ser apaixonado por mim mesmo”, comemorou.

Atividades marcam a data

Na quarta-feira (14), a Arena Flamengo será sede de uma intervenção cultural das 9h às 11h30, gerando reflexões e olhares plurais sobre saúde mental através de expressões artísticas variadas. Na quinta-feira (15), das 8h30 ao meio-dia, será promovido o Fórum de Atenção Psicossocial no Cine Henfil, voltado a profissionais, acadêmicos da área e ao público em geral, abordando a temática “Rede de Urgência e Emergência na Atenção Psicossocial: Integração e Resposta na Atenção à Crise em Saúde Mental”.

O mês da Luta Antimanicomial em Maricá será encerrado no dia 30/05, das 8h ao meio-dia, com uma série de dinâmicas na Praça Orlando de Barros Pimentel, na região central da cidade, incluindo ações culturais, atividades em parceria com a Secretaria de Esportes e exames no Caminhão da Saúde, que terão como foco os usuários dos serviços de saúde mental do município.

Luta histórica

A Luta Antimanicomial ganhou força no Brasil a partir da década de 1970, principalmente com a reforma psiquiátrica, transformando, progressivamente, o modo como a sociedade tratava as pessoas com sofrimento mental. Esse movimento propõe o fechamento dos manicômios e a substituição desses espaços por uma Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) baseada no respeito aos direitos humanos, na liberdade e na inclusão social, o que é seguido em Maricá.

Com a promulgação da Lei 10.216/2001, passou-se a priorizar serviços como os Centros de Atenção Psicossocial (Caps), os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRTs) e o apoio à reinserção social por meio de trabalho, cultura e convivência. No entanto, os desafios atuais ainda são significativos e, com o movimento da Luta Antimanicomial, busca-se reduzir o preconceito e o estigma contra pessoas com transtornos mentais, assim como fortalecer as estratégias de cuidado em liberdade.

Secretaria de Comunicação

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