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Alvo de busca e apreensão pelo MP, Eduardo Paes vira réu por corrupção

O ex-prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (DEM), foi denunciado na terça-feira (8) pelo MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) por corrupção, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. Paes é pré-candidato nas eleições municipais a serem realizadas em novembro e promete ser um dos rivais mais fortes do atual prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) na sua tentativa de reeleição.

A denúncia foi oferecida pelo MPRJ por meio do Gaecc (Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção) e aceita na Justiça Eleitoral pelo juiz Flávio Itabaiana. O magistrado é o mesmo que decretou a prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro e apontado como operador financeiro num suposto esquema de “rachadinha”.

Por conta da denúncia, foi cumprido na terça-feira (8) um mandado de busca e apreensão na casa de Paes. Além dele, mais quatro pessoas investigadas pelo Gaecc se tornaram réus com a denúncia aceita pela Justiça Eleitoral. A decisão, porém, não torna o ex-prefeito ilegível para a eleição municipal.

A Procuradoria-Geral do Município do Rio afirma ter encontrado “elementos indicativos de que valores oriundos dos cofres públicos do Município foram desviados”.

Em nota, a defesa do ex-prefeito afirmou que a busca em sua casa “foi uma tentativa clara de interferência do processo eleitoral”.

“Às vésperas das eleições para a Prefeitura do Rio, Eduardo Paes está indignado que tenha sido alvo de uma ação de busca e apreensão numa tentativa clara de interferência do processo eleitoral — da mesma forma que ocorreu em 2018 nas eleições para o governo do estado”, disse.

“A defesa sequer teve acesso aos termos da denúncia e assim que tiver detalhes do processo irá se pronunciar”, emendou.

Réu mais uma vez

Em março deste ano, Paes já se tornou réu por causa de outra investigação, mas no MPF (Ministério Público Federal). O ex-prefeito é investigado por suposto direcionamento na licitação de construção do Complexo Esportivo Deodoro Norte para a Olimpíada de 2016. Ele foi denunciado por corrupção passiva, fraude em licitação e falsidade ideológica.

Segundo a denúncia, quase R$ 120 milhões foram desviados de uma das principais obras para as Olimpíadas.

Para o Ministério Público Federal, houve uma intenção deliberada de restringir ao máximo a participação de diferentes empresas na concorrência.

Na ocasião, Paes disse que a denúncia era “absurda” e que em nenhum momento os procuradores o acusam de receber valores de qualquer natureza.

Eduardo Paes foi prefeito do Rio por dois mandatos, entre 2009 e 2016. Na última eleição para o estado, em 2018, Paes foi ao segundo turno contra o então candidato e agora governador afastado Wilson Witzel (PSC).

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