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Monica Vitti, ícone do cinema italiano e ‘musa’ de Michelangelo Antonioni

A atriz italiana Monica Vitti, genial musa de seu compatriota Michelangelo Antonioni, faleceu aos 90 anos, informou na quarta-feira (2) o ministro da Cultura, Dario Franceschini. “Adeus Monica Vitti, adeus à rainha do cinema italiano. Hoje é um dia verdadeiramente triste, morre uma grande artista e uma grande italiana”, escreveu ministro em um comunicado depois de recordar a longa carreira da atriz, tanto em comédias como dramas.

O olhar terno e melancólico, a voz rouca e sedutora e o cabelo indomável caracterizaram Monica Vitti, que encarnou de maneira perfeita as personagens atormentadas da “incomunicabilidade”: “A Aventura” (1960), “A Noite” (1961), “O Eclipse” (1962) e “O Deserto Vermelho” (1964), quatro filmes que colocaram Antonioni entre os mestres do cinema mundial.

Nascida em Roma em 3 de novembro de 1931, Monica Vitti se formou em 1953 na Academia Nacional de Arte Dramática e iniciou a carreira no teatro, onde brilhou por seu talento cômico.

Graças a seus papéis coadjuvantes em filmes de comédia, ela foi descoberta por Michelangelo Antonioni, com quem rapidamente iniciou uma relação artística e sentimental.

A atriz interpretou a atormentada Claudia em “A Aventura”, a atraente Valentina em “A Noite”, a misteriosa Vittoria em “O Eclipse” e a neurótica Giuliana em “O Deserto Vermelho”.

Depois de trabalhar com Antonioni, Monica Vitti se tornou um dos grandes nomes da comédia italiana, no mesmo nível de colegas como Alberto Sordi, Ugo Tognazzi, Vittorio Gassman e Nino Manfredi.

Ela brilhou em especial em “A Garota com a Pistola” (1968), filme de sucesso de Mario Monicelli em que interpretou Assunta, uma siciliana que persegue o homem que a “desonrou” até a Escócia.

Companheira de Antonioni de 1957 a 1967, Vitti se casou com o cineasta e diretor de fotografia Roberto Russo em 1995.

Em 2011, Russo anunciou que Vitti sofria de Alzheimer há quase 15 anos.

A atriz recebeu diversos prêmios ao longo de sua carreira, incluindo cinco David di Donatello, maior prêmio do cinema italiano, um Leão de Ouro por sua carreira no Festival de Veneza e um Urso de Prata no Festival de Berlim.

 

BIOGRAFIA

Estudou arte dramática na Accademia dell’Arte Drammatica em 1953 em Roma. No ano de 1956 conseguiu projeção no teatro com a peça Sei storie da ricordare e em 1959 com Capricci di Marianna. Em 1958 estreou oficialmente no cinema com Le dritte de Mario Amendola. No ano de 1957 ela se juntou ao Teatro Nuovo di Milano de Antonioni, e posteriormente atuou num dos papéis principais do premiado filme L’avventura. A sua atuação foi descrita como “atordoante”.

Posteriormente ela recebeu críticas positivas quando estrelou outros filmes de Antonioni, como La notte, L’eclisse, e Il deserto rosso. Sua única participação em um filme de Hollywood foi Modesty Blaise.

Os últimos filmes de Monica Vitti foram, na maioria, filmes italianos sem distribuição internacional. Algumas exceções importantes são Fantôme de la liberté (1974) de Luis Buñuel e Il Mistero di Oberwald que ela fez com Antonioni depois de quinze anos de afastamento. Em 1989 ela escreveu, dirigiu e estrelou o filme Scandalo Segreto. Em 1993 Vitti foi premiada com o Festival Tribute no Festival international du film de femmes de Créteil na França.

Em 1995, recebeu o Leão de Ouro pela sua carreira no Festival de Veneza.

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