Turismo

Caxias do Sul: o coração da Serra Gaúcha

Caxias do Sul é a segunda maior cidade do estado do Rio Grande do Sul, conhecida pelas suas grandiosas vinícolas, seus vastos parreirais e um abrangente parque industrial. A cidade pode ser definida como a principal marca italiana no sul do país. Foi devido à uva e ao vinho que a cidade se tornou berço do turismo no estado, além disso há uma diversidade enorme de atrativos. Se você está programando uma viagem pós-pandemia, Caxias do Sul pode ser a escolha certa, conheça um pouco desse esplêndido destino turístico e encante-se!

Caxias do Sul é um dos destinos preferidos no inverno dos gaúchos, principalmente pelas cantinas e vinícolas espalhadas pela cidade e região, heranças italianas. Os colonizadores e suas memórias são valorizados nos monumentos, museus, casas histórias, roteiros turísticos da zona rural e, é claro, nas festas da cidade.

No Centro de Caxias do Sul, o Roteiro Turístico Trilhas Urbanas pode ser percorrido a pé e passa pela Casa de Pedra, o Monumento Nacional ao Imigrante, o Museu Municipal e o Parque Mário Bernardino Ramos, onde é realizada a Festa da Uva e abriga a Réplica de Caxias do Sul, onde acontece diariamente o Espetáculo “Som e Luz”. Além disso, a Catedral Diocesana e a Igreja São Pelegrino mostram a religiosidade dos imigrantes.

Emoldurada por parreiras, construções em pedra e madeira e pequenas capelas, a área rural de Caxias do Sul mantém viva a cultura italiana, aliando também as tradições dos tropeiros e gaúchos. Roteiros Turísticos foram formatados para facilitar os passeios, são eles: Estrada do Imigrante, Caminhos da Colônia, Ana Rech, Criúva e Vale Trentino.

Na Estrada do Imigrante há muitas construções antigas, todas em pedra, como a Casa Bonet e a que abriga o Museu Zinani, com móveis e objetos do século XIX. No Caminhos da Colônia há muitas cantinas e vinícolas, onde é possível conhecer o processo de fabricação dos vinhos e produtos coloniais. Já no Ana Rech a principal atração é o Château Lacave, uma vinícola que é uma réplica de um castelo medieval espanhol, com adega e sala de degustação. Já em Criúva a natureza predomina com o Cânion do Palanquinho. E no Vale Trentino, destaca-se o Museu da Uva e do Vinho, que guarda máquinas utilizadas em antigas vinícolas.

Em Caxias do Sul a mesa é sempre farta, herança italiana, com excelentes cantinas de massas e restaurantes especializados em rodízio de galetos, prato tradicional. Tudo regado a um bom vinho da região. E para homenagear e festejar a matéria prima da bebida dos deuses, a uva, Caxias do Sul promove nos anos pares, a famosa Festa Nacional da Uva, com exposições, desfiles, degustações, apresentações artísticas e, claro, muita alegria e hospitalidade.

História

Originalmente chamada de Campo dos Bugres, a região era percorrida por tropeiros e foi ocupada por índios. Em 1876, chegaram os primeiros agricultores italianos vindos da Lombardia, Vêneto e Piemonte, dando início à ocupação dessa região íngreme, de clima europeu. Em 1890, o município de Caxias do Sul emancipou-se de São Sebastião do Caí. Em 1º de junho de 1910, chega o primeiro trem, ligando a região à capital do Estado. Nesse mesmo dia, Caxias foi elevada à categoria de cidade. A denominação atual – Caxias do Sul – viria por meio de decreto, no ano de 1944.

O novo meio de transporte marcou uma nova era para o desenvolvimento do município. Partindo do cultivo da uva e do vinho, chegou ao título de segundo maior polo metalmecânico do Brasil. As indústrias caxienses fabricam desde pequenas peças até ônibus e caminhões. Importância econômica que trouxe reflexos também para os setores de comércio e serviços, que se tornaram referência para toda a Serra Gaúcha.

Na zona rural, instalou-se a agricultura de subsistência, concentrada na produção de trigo e milho e, mais tarde, na uva. Junto com os italianos, outras etnias partilharam desse caminho. Houve a miscigenação, onde hábitos e tradições fundiram-se.

Com o tempo, Caxias do Sul notabilizou-se através da uva e do vinho. Em 1931, por obra de Joaquim Pedro Lisboa, nasceu a maior e mais tradicional festa do sul do país, a Festa da Uva. Vinhos, uvas, frio e neve, aliados ao clima europeu das montanhas, com muita gente bonita, comida farta, hospitalidade e muitos atrativos.

Assim é Caxias do Sul, o pólo centralizador da região mais diversificada do Brasil, com seus laboriosos colonos, seus vastos parreirais, suas vinícolas, seu variado parque industrial e um comércio rico e dinâmico, o que dá a essa terra uma dimensão ainda maior, razão pela qual é, por si só, o pólo centralizador da marca italiana no sul do Brasil.

Hoje, Caxias do Sul é fruto da garra e da determinação herdadas dos imigrantes com a contribuição de outras culturas que foram abraçadas pelo povo, como a tradição gaúcha. Uma cidade vibrante, feita pelos seus 483.377 moradores, conforme levantamento do IBGE de 2017, e que se consolida como o segundo maior município do Rio Grande do Sul em número de habitantes e em importância econômica.

Roteiros Turísticos

As atrações de Caxias foram divididas em seis roteiros. La Città (Roteiro Urbano) engloba os principais pontos turísticos do Centro; Vale Trentino reúne dez atrações, entre vinícolas, restaurantes, o parque hotel Samuara, o Museu da Uva e do Vinho; Estrada do Imigrante tem casas de madeira e de pedra do início da colonização, entre elas as Casas Bonnet, em Ana Rech, visita à “Vila dos Presépios”, restaurantes e à Château Lacave; em Caminhos da Colônia estão vinícolas como Zanrosso e Tonet, além de restaurantes italianos; Criúva, por fim, tem piscinas naturais, cascatas e trilhas. Todos os roteiros estão sinalizados e é possível retirar os mapinhas em quiosques na praça central, rodoviária, aeroporto e no pavilhão da Festa da Uva. A Secretaria de Turismo (0800-541-1875) indica guias para acompanhar turistas.

Roteiro La Città

Igreja de São Pelegrino

A igreja que se encontra na região central de Caxias data de 1953 e as pinturas de seu interior foram feitas pelo artista italiano Aldo Locatelli.  Aqui todas as pinturas confundem, parecem estar em 3D. As obras de Locatelli são várias, dentre elas a Santa Ceia, Santa Margarida Maria Alecoque, Criação do Cosmo, Criação da Mulher e outras.

Outra obra importante nesta igreja é a réplica da Pietà de Michelangelo, doada pelo então Papa Paulo VI em 1975, comemorando os 100 anos da imigração dos italianos ao Rio Grande do Sul.

Catedral Diocesana

A uma distância de cinco quadras  da Igreja de São Pelegrino, a Catedral é outro prédio histórico e lindíssimo da região. De frente para a Praça Dante Alighieri, a igreja demorou muitos anos para ser concluída, o que fez com que seu projeto inicial não fosse seguido. Nas três naves que formam a capela é possível observar o estilo neoclássico e também o neogótico.

Museu Municipal

O Museu municipal tem endereço na Rua Visconde de Pelotas, nº 586, em um prédio que data de 1880. Ainda que muitas reformas tenham sido feitas para manter uma boa estrutura, o prédio conserva as características arquitetônicas principais da época de sua construção. O museu conta com mais de 10 mil peças que detalham a história dos italianos no Rio Grande do Sul.

Museu de Ambiência Casa de Pedra

Este é um dos locais mais interessantes da cidade, um verdadeiro passeio no tempo. O museu conta, através da ambientação, como viviam os primeiros italianos imigrantes que moraram na região. O museu tem diversos artefatos que possuem décadas e até mesmo séculos de história. Inclusive, o lado de fora da casa conta com parreirais para manter a fidelização aos costumes que nasceram naquela época. O endereço da casa é a Rua Matteo Gianella, 531.

Dica: além de provar os deliciosos rodízios de carne, ou churrascos como são mais conhecidos, e os deliciosos cafés coloniais, prove também um galeto. Tradicional da cozinha italiana, aqui no Brasil o principal item do galeto é o frango, abatido logo em seus primeiros dias de canto, temperado com sálvia, sal e vinho branco, assado ao fogo do carvão.

Roteiro Estrada do Imigrante

As uvas desembarcaram em Caxias do Sul com os primeiros imigrantes italianos em meados de 1870 e os parreirais logo ganharam vida graças ao clima da serra gaúcha, em 1931, o município lançou a 1ª Festa Nacional da Uva, evento que se tornou tradição e fez com que Caxias se tornasse um polo de atração para os enólogos.

O roteiro da Estrada do Imigrante fica próximo ao centro, menos de 20 minutos de carro, pouco depois do Parque de Exposições da Festa da Uva.

Casa Bonnet

A primeira atração deste roteiro é uma casa feita toda de pedra, que data de 1877. A Casa Bonnet mantém diversos artefatos dos primeiros moradores, atualmente ela foi transformada em restaurante, lá trabalham pessoas que usam o dialeto dos italianos imigrantes, bem como é servida comida típica. Em alguns dias acontecem apresentações de dança e canto. Você ainda pode fazer um passeio de charrete pelos parreirais da Casa Bonnet.

Museu Zinani

O Zinani é outro local dedicado à preservação da memória das famílias italianas que fundaram Caxias do Sul. A casa onde está instalado o museu existe desde 1915 e ela guarda desde roupas, passando por móveis até louças e artefatos de decoração de época. O passeio pela casa custa menos de R$10,00 e a visita é indispensável.

Gruta Nossa Senhora de Lourdes

A gruta de Nossa senhora de Lourdes é um local encantador, onde a natureza desperta atenção para as paradas nos vários mirantes próximos. A mata esconde uma queda d’água que logo se revela aos olhares mais atentos, por isso além de ser sinônimo de turismo religioso é também sinônimo do turismo de aventura.

A capela da gruta, inaugurada em 1949 possui altar e bancos, missas são realizadas todo segundo domingo do mês.

Dica: Durante todo o seu passeio pela Estrada do Imigrante você vai se deparar com igrejas, casas bem conservadas e muitos vinhedos. Próximo à gruta, ficam a vinícola e a cantina Tradição, paradas obrigatórias de seu passeio, delicie-se.

Roteiro Caminhos da Colônia

O Roteiro conhecido como “Caminhos da Colônia” forma uma paisagem maravilhosa pela serra gaúcha, quilômetros e quilômetros de distância são dominados pelas parreiras, é neste caminho que se encontram alguns dos mais famosos vinhedos da região.

Por quase todas estas vinícolas você pode fazer degustação, comprar vinhos, espumantes e produtos coloniais de altíssima qualidade, destaque para as cantinas Zanrosso e Tonet.

É neste trecho que sobrevive de forma mais latente a cultura italiana, inclusive, muitos dos trabalhadores das vinícolas ainda utilizam o dialeto italiano chamado de veneta. Ao percorrer o caminho o viajante vai se deparar com inúmeras capelinhas e construções de pedras erguidas pelos primeiros moradores.

O trecho Caminhos da Colônia fica no acesso ao município de Flores da Cunha.

Roteiro Vale Trentino

Belas paisagens entremeadas de muitos parreirais, onde é cultivada a uva e fabricado o vinho. Assim é o Vale Trentino.

Divisa entre os municípios gaúchos de Caxias do Sul e Farroupilha, o Vale Trentino mantém vivos os costumes e tradições italianas. Além de conhecer o processo de vinificação e degustar os excelentes produtos locais, o turista se encantará com a hospitalidade dos moradores de Vale Trentino.

O local é berço da primeira cooperativa vinícola da América Latina, fundada em 1929, e possui muitas vinícolas, além do Museu da Uva e Vinho, ponto obrigatório de visitação. Visite a Cooperativa Vitivinícola Forqueta, as Vinícolas Jota Pe, Colombo, Adega Silvestri, Slomp e Vinhos Dei Rizzi e faça o tour para conhecer o processo de fabricação de vinhos e espumantes e finalize com sua degustação. E para acompanhar o bom vinho, uma massa da Massas Guerra ou do Restaurante Lago do Jet vai muito bem.

Roteiro de Criúva

A 56 km de Caxias do Sul, Criúva integra a cultura trazida pelos tropeiros, com os costumes italianos e as tradições gaúchas, em meio a belezas naturais como cascatas, rios, mata nativa e cânions.

Diferente dos demais roteiros turísticos, o de Criúva integra o visitante com a natureza, mas sem deixar de lado as delícias da culinária local.

O ponto principal do passeio é a Unidade de Conservação Municipal de Proteção Integral Monumento Natural Palanquinho. Criada em 2012 para preservar a biodiversidade geológica, de flora e fauna da região, conta com 230 hectares de área total e abriga o Cânion Palanquinho e um Sítio Arqueológico.

Em um cenário de perder o fôlego, com muita mata nativa e ar puro, descortina-se o Cânion Palanquinho, cuja formação remete há mais de 120 milhões de anos, sendo a mesma que originou os famosos cânions do Itaimbezinho, em Cambará do Sul/RS.

O Cânion Palanquinho tem entre 25 e 30 metros de largura e profundidade de 82 metros, que serve de leito para o Arroio Sepultura. Para alcançar o cânion é preciso percorrer cerca de 20 km de estradas de chão e passar por uma trilha aberta no campo.

A área do Monumento Palanquinho também abriga um Sítio Arqueológico, descoberto em 1966, que conta com uma pequena gruta de 20 metros, onde foram encontradas ossadas de índios, pequenos fragmentos de cerâmica brunida da tradição Taquara e furnas naturais. O local fica junto ao córrego que aflui para o Arroio Caixão, mostrando o costume indígena de enterrar os mortos próximo a água para purificar o corpo.

Além das belezas naturais de Criúva, quem visita a região não pode ir embora sem experimentar as delícias locais no Restaurante Casa Verde ou nos Cafés Dona Dalva, Dona Odali e Dona Neura. E é impossível não levar um produto caseiro das Agroindústrias de Criúva em comercialização no local.

Festa Nacional da Uva

A Festa da Uva, ou Festa Nacional da Uva, é uma feira e uma festa comunitária brasileira realizada atualmente a cada dois anos em Caxias do Sul, no estado do Rio Grande do Sul, comemorando a história, a cultura e a produção agroindustrial da cidade e da região. A Festa da Uva como hoje é conhecida foi uma evolução de uma série de feiras agroindustriais realizadas entre 1881 e 1931, que buscavam primariamente promover a cidade através da exposição dos seus produtos mais típicos.

Hoje, a Festa da Uva é o maior e mais dinâmico símbolo de Caxias do Sul e o principal sustentáculo da sua identidade coletiva, tem uma sede permanente num grande parque de exposições e é um dos maiores eventos temáticos do Brasil, atraindo em cada edição quase um milhão de visitantes, desempenhando um papel fundamental para a divulgação da cidade, para a dinamização do turismo regional, e para o resgate e conhecimento da história e das tradições, sendo ainda uma plataforma importante para o aquecimento da economia caxiense, estabelecendo-se muitos negócios através da Feira Agroindustrial, que é parte essencial de sua estrutura desde o início.

Quando ir?

No inverno, a baixa temperatura deixa a paisagem mais charmosa e convida para ficar em frente à lareira degustando um vinho local.

Em fevereiro, a cidade se agita com a Festa Nacional da Uva, realizada no período que coincide com a colheita da uva. A Festa, que é bianual em anos pares, conta com exposição das mais diferentes variedades da fruta cultivadas na região, com experimentação e programação vasta de shows culturais e musicais. A próxima Festa Nacional da Uva é em 2016. Espere e vá conferir!

Além disso, a religiosidade de Caxias do Sul é expressa nas comemorações das diferentes capelas da região, tendo como ponto principal a Festa do Divino, em Criúva, que acontece em abril ou maio, dependendo do calendário católico.

O lado gauchesco de Caxias do Sul se manifesta com a comemoração da Semana Farroupilha, em setembro. São sete dias para relembrar e cultivar as tradições do Rio Grande do Sul.

E em dezembro, Caxias sedia o Rodeio Crioulo Nacional de Criúva e em outubro, o Distrito realiza o ‘Sabores de Criúva’, um grande evento gastronômico em que reúne diversos chefes para criação de novos e exclusivos pratos.

Em dezembro também o ‘Divino Natal’ encanta os visitantes, com linda decoração natalina espalhada pela cidade, além de programação especial de fim de ano com apresentações artísticas.

Como chegar

De avião:

Caxias do Sul tem o Aeroporto Regional de Caxias do Sul – Hugo Cantergiani operando com poucos voos nacionais diários, pela Gol Linhas Aéreas ou Azul, com saídas diretas de/para São Paulo (Congonhas). Há ainda a opção de pegar um voo até Porto Alegre, que recebe mais voos diários, inclusive internacionais, e de lá pegar um ônibus até Caxias do Sul.

De carro: 

Saindo de Porto Alegre, o acesso a Caxias do Sul é via BR-116, em direção a Novo Hamburgo, passando por Ivoti e Nova Petrópolis. São 124 km até Caxias do Sul.
Saindo de Florianópolis, pegue a BR-282 até Lages/SC e após a BR-116 passando por Vacaria até Caxias do Sul. São 445 km.

De ônibus:

As empresas UNESUL, CAXIENSE e PLANALTO possuem linhas diretas para Caxias do Sul saindo da rodoviária de Porto Alegre. São vários horários durante o dia, que partem em intervalos de cerca de 45 minutos.

 

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