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Paiol dos pescadores na Ilha do Farol é derrubado e população de Arraial se revolta

A derrubada do paiol dos pescadores localizado na Praia da Ilha do Farol, em Arraial do Cabo, causou grande comoção entre a população cabista. O paiol era utilizado por pescadores locais que praticam a pesca artesanal pela canoa Princesa. A denúncia veio à tona por meio das redes sociais na última segunda-feira (17) e relata que a ação teria acontecido durante a madrugada.

De acordo com os moradores, o paiol tinha mais de 100 anos e nele estava guardada ainda a imagem de Nossa Senhora das Graças, introduzida pelos bispos Dom José, Dom Luiz e Padre Alex. Os relatos afirmam a estrutura foi derrubada com tudo, e nem mesmo a imagem da santa foi preservada. “Não respeitaram nem imagem de Nossa Senhora”, lamentou Solange Woelbert.

Wellington Melo questionou os motivos que levaram a uma ação tão extrema e apontou o prejuízo cultural. “A História não se apaga da noite pro dia, isso não se faz. Quais os motivos levaram a isso? Queremos uma explicação”.

Clayton Leite também mostrou indignação. “Isso é maior falta de respeito com a categoria e história da nossa cidade”.

Na estrutura eram guardados mantimentos e materiais de pesca para que ficassem protegidos do vento e da chuva. Era conhecida como Casa do Pescador.

Em meio a uma pandemia que causou grave crise econômica em todo o mundo, as atividades artesanais estão permitindo a muitos se manter e levar uma vida digna. Com isto, a derrubada da estrutura que permitia a esses pescadores levar o sustento da família foi motivo de revolta entre os moradores.

Ecio Mello cobra a responsabilização do ato e questiona onde estava a fiscalização, e também quais providências serão tomadas pelas entidades competentes. “Ali é uma área de preservação permanente sob a responsabilidade integral da Marinha do Brasil. Com exceção dos pescadores nativos, só há desembarque nessa área com a devida autorização da Marinha. Essa benfeitoria existe nesse local a mais de 100 anos. Quem derrubou? Por quê? As respostas acredito que só o órgão responsável pode dar. Vamos aguardar a Marinha se pronunciar. Depois a Colônia, acredito que tomará as providências cabíveis”.

Até o fechamento desta edição, a Marinha do Brasil, responsável pela área considerada de preservação, não havia se pronunciado sobre o caso.

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